"A gente quer ser chupada gostoso", diz cantora de bloco em Belo Horizonte

A cantora Michelle Andreazzi fez um discurso em defesa da mulher contra o assédio e pelo prazer feminino no sexo. A fala ocorreu durente o desfile do bloco Então Brilha, em Belo Horizonte.
Um dos maiores da capital mineira, o bloco arrastou 100 mil pessoas desde as primeiras horas da manhã e até o meio-dia deste sábado (10) entre a rua Guaicurus e a praça da Estação, na região central de BH.
Boa parte da multidão nas cores rosa e amarelo, além de purpurina cobrindo boa parte do corpo. Michelle Andreazzi fez aguerrido discurso, que foi bastante aplaudido pelos foliões.
"Quando o taxista passa devagarzinho do meu lado me paquerando eu tenho medo de ser estuprada. Por isso, meu amigo, meu parceiro, nós somos contemporâneos, me respeite. O não é não", bradou.
A cantora prosseguiu: "Mas a gente quer amar, a gente quer carinho, a gente quer afeto, a gente quer ser chupada gostoso. Por favor! Lembre-se de uma palavrinha mágica: clitóris. Como é que chama gente? Clitóris. E para que o clitóris serve? Para gozar!".
Cantor Gustavito afastado após acusação de assédio
Gustavito foi acusado no ano passado nas redes sociais por uma mulher de a ter assediado sexualmente. O relato, feito em detalhes de forma anônima nas redes sociais, comoveu as mulheres do bloco, que exigiram o afastamento do cantor.
O músico nega as acusações nas redes sociais e afirma que luta na Justiça para provar sua inocência. "Basta de mentiras! O que aconteceu em 2017 foi uma calúnia e estou movendo uma ação na justiça contra a pessoa responsável. Sigo com a consciência tranquila e lamento por todas as formas de violência", declarou o músico em sua rede social.
Mesmo assim, até o veredito judicial, o bloco resolveu por bem afastar o cantor. Desta forma, Gustavito não esteve no Então Brilha neste Carnaval de BH 2018.
Corda, aperto e empurrões
Este foi o primeiro ano que o Então Brilha utilizou trio elétrico com cordas, que reservaram boa parte da avenida do Contorno para o trio, a ala coreografada, uma ala de inclusão social, a bateria e seletos convidados.
Muitos foliões reclamaram dos empurrões dados pela equipe responsável pela corda, espremendo muitas vezes a multidão. Um folião chegou a agredir um "cordeiro", fazendo com que o bloco parasse e a cantora Michelle Andreazzi discursasse outra vez.
Em resposta às acusações de que o bloco estaria se tornando elitista, segundo a cantora, a corda não seria para fazer "camarote ou área VIP" em pleno espaço público, mas, sim, por uma questão técnica de segurança para o desfile do bloco, agora com trio.
Fato é que enquanto a maioria se apertava, poucos eleitos desfilavam com todo o espaço do mundo dentro da corda.
Descompasso no trio e muitas pausas
Apesar do trio inédito, o Então Brilha ainda ficou devendo no quesito musical, exceto a bateria comandada pelo talentoso mestre e percussionista Di Souza.
O trio ainda não supriu a necessidade de potência musical que um bloco de 100 mil pessoas exige.
Pareceu também muitas vezes faltar fôlego aos vocalistas durante o desfile, já que houve muitas pausas, quebrando o fluxo do bloco. A bateria, no chão, ficou muitas vezes em descompasso com a banda e os vocalistas, no alto do trio. Muitas vezes também os vocalistas não conseguiam encontrar o tom certo das canções.
Mas os milhares de animados foliões do Então Brilha ajudaram o bloco a não perder o fio da meada dos axés entoados por todos, grande parte deles hits da década de 1990.
Entre os cantores que soltaram a voz quem mais se destacou foi Rubens Aredes, por sua voz potente e demonstração de técnica e afinação mesmo nos momentos mais complicados do bloco.
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