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No Rio, Me Enterra na Quarta arrasta foliões que rejeitam o fim do Carnaval

Bloco Me Enterra na Quarta encheu as ruas de Santa Teresa, no Rio - Marcelo de Jesus/UOL
Bloco Me Enterra na Quarta encheu as ruas de Santa Teresa, no Rio
Imagem: Marcelo de Jesus/UOL

Lola Ferreira

Colaboração para o UOL, no Rio

14/02/2018 19h25

Para muitos, quatro dias não são suficientes para aproveitar o Carnaval. E foi a partir desta ideia que um grupo de amigos fundou o bloco Me Enterra na Quarta, no Rio de Janeiro. Há 14 anos, o cortejo sai pelas ruas do bairro de Santa Teresa, na região central da cidade, e ocupa as ladeiras com cores e bateria em plena Quarta-Feira de Cinzas. Neste ano, centenas de foliões acompanharam o cortejo.

O nome do bloco surgiu a partir de um amigo dos fundadores. Doente e a base de remédios, ele não quis deixar de curtir a folia. Alertado sobre o perigo, ele gritava: "se eu morrer, me enterra na quarta!". Jô Codeço, co-fundador do bloco, explica que o bloco é para todos que se recusam a terminar de curtir a folia. A festa começa às 15h30 e só termina por volta de 21h30.

Antes como bloco de bairro, hoje o Me Enterra atrai turistas e cariocas de todos os lugares. Para a piauiense Lorena Albuquerque, de 29 anos, o bloco é o melhor do Rio. E ser na quarta-feira não é um problema.

"Por que não curtir mais? Eu vim no bloco pela primeira vez há três anos e amei! Gostei tanto que falei para meus amigos: a gente tem que ir no Me Enterra na Quarta porque foi o melhor bloco que eu vi", destaca a turista que encerra a viagem nesta quinta (15).

A rainha de bateria Gabrielle Ferreira, 23, conheceu o bloco há menos tempo, cerca de um ano, mas foi paixão à primeira vista. "Eu queria muito participar de uma oficina que desse para conciliar com a faculdade, então fiquei na do Me Enterra. A oficina é bem pequena e eu conheci todo mundo, a gente sai junto, e então virou uma família", diz a moça que além de vir à frente da bateria também toca surdo.

Para ela, a ideia do bloco se mantém viva mesmo após 14 anos da sua fundação. “Pra mim, é Carnaval o ano inteiro, quarta-feira de cinzas também é Carnaval. Todo dia é Carnaval!”, revela.