Bloco FrancisKryshna canta mantras em SP e foliões ficam "bêbados de amor"
O bloco FrancisKryshna, como o nome já sugere, é para a turma good-vibes. Ele foi criado para homenagear São Francisco de Assis e o deus hindu Krishna e neste sábado (17) entoou na Praça Rio de Campos, na Pompeia, meditação, mantras e músicas brasileiras com mensagens positivas.
Os hits da MPB "Trem Bala", "Muito Obrigado Axé", "Santa Clara Clareou" e "Andar com Fé" dividiram espaço com o mantra "Lokah Samastah Sukhino Bahvanthu"("todos os seres sejam felizes", em sânscrito) e faixas autorais do grupo, como "Bêbado de Amor", do vocalista Filipe Stein.
O desfile começou por volta das 10h20 com uma meditação e a entoação do mantra "om". "Queremos aproveitar o Carnaval para expandir a energia positiva para o mundo", disse a cantora Vivian Amarante, que puxou as músicas ao lado de Stein.
Apesar do clima zen, o bloco foi bastante animado, já que todas as músicas, inclusive as devocionais, eram em ritmo de batucada. Se por acaso algum folião desavisado aparecesse por lá, ele até poderia confundi-lo com um bloco convencional.
A bateria com 30 ritmistas foi regida pelo mestre Carlos Santanna, o Negão da Serrinha, 33, que adaptou as diversas músicas do bloco para os ritmos típicos da folia. Nascido e criado no Rio de Janeiro, Negão começou a tocar bateria aos 7 anos na escola-mirim Império do Futuro, da Império Serrano. Neste Carnaval, além do FrancisKryshna, ele também regeu os blocos cariocas Me Esquece e Fogo e Paixão e os paulistanos Chega Mais e Bangalafumenga.
"O que eu percebi de diferente aqui no FrancisKryshna, e fez bastante sentido para a minha vida, foi a motivação de seus integrantes. Eles não buscaram o bloco só para pular o Carnaval e sim como uma forma de troca, de se doarem pelo bem do outro", afirmou.
Glitter ecológico e jaca-louca
Um bloco que homenageia o santo protetor dos animais obviamente recebeu muito bem todos os bichinhos dos foliões. A reportagem do UOL contou, por volta das 13h, cerca de 300 pessoas (entre adultos e crianças) e 25 cachorros.
Esse clima ecológico, aliás, inspirou cada detalhe. O banheiro, por exemplo, não era químico, e sim ecológico. "Vocês já pararam para pensar para onde vai o nosso esgoto?", disse a criadora do bloco, a jornalista Phydia de Athayde, 40.
No caso do integrantes do FrancisKryshna, eles sabiam, já que todo cocô e o xixi que os foliões fizessem por lá, seria coberto com serragem e recolhido para um local onde daqui a um ano se transformará em adubo. "E o melhor, esse banheiro não tem cheiro ruim", afirmou Phydia.
Para comer, além de piquenique coletivo com frutas e outros quitutes que foram levados pelos próprios foliões, havia uma barraquinha que vendia o sanduíche de jaca-louca, a versão vegana do carne-louca. Já os restos de frutas eram descartados em uma composteira.
No carro de som, vários incensos foram acesos durante todo o percurso e os ritmistas usaram maquiagens ecologicamente corretas, como o glitter biodegradável.
Ao final do evento, o grupo IluminaSampa assumiu os microfones e integrou os foliões remanescentes em uma roda de danças circulares. Por volta das 14h30, antes de irem embora, o público começou a recolher o lixo deixando a praça Rio de Campos quase limpa. A CET, por sua vez, não registrou nenhuma ocorrência.
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