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Blocos de rua

Tim Maia e festa paralela com funk fecham Carnaval no Itaim Bibi, em SP

Sara Puerta

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/02/2018 18h40

Aquele domingo nublado que tinha cara de ressaca foi muito mais animado do que o esperado.

Fechando o Carnaval do Circuito no Itaim BiBi-Faria Lima, o Bloco do Síndico, que desfila no último dia oficial da festa desde sua fundação, em 2015, trazendo um repertório do cantor Tim Maia, saiu neste domingo (18), na esquina da avenida Helio Pellegrino com a avenida Santo Amaro, por volta das 14h.

Com uma bateria formada majoritariamente por estudantes e ex-alunos da USP, principalmente da Escola Politécnica, o inicio do bloco foi marcado por uma apresentação dos 80 integrantes, mostrando toda sua força rítmica.

André Pinheiro, 41, conta que o bloco surgiu por conta do saudosismo de ex integrantes da bateria da Poli, a Rateria, fundada em 1997.

"Os fundadores do bloco sentiram falta da época que tocavam na universidade e aproveitaram essa revitalização do Carnaval para retomar a bateria e os contatos. E a ideia surgiu em um reencontro", conta André, formado em engenharia civil em 2002, e também um ex integrante da Rateria.

Flavia Ito, 22, estudante de química da USP, também integrante da bateria universitária, toca pela segunda vez no Bloco do Síndico.

"Estou na agitação do Carnaval já faz um tempo, mas guardei uma energia extra para hoje. Este ano, achei muito animado e muito mais sossegado do ponto de vista do assédio masculino", conta.

O desfile foi todo marcado por hits de todas as épocas da carreira do Tim maia, incluindo a fase Racional, em versões com muitos batuques.

"Ele sempre nos põe para dançar, seja em festa de casamento ou Carnaval", diz Maria Claudia Arruda, 59, aposentada e moradora da região. Ela ainda acrescenta que largou o almoço em família para ver o desfile.

O vocalista estava caracterizado de Tim Maia e diversas vezes puxava os músicos os chamando de Vitória Régia, como era a famosa banda de apoio do cantor.

Festa Paralela

Como aconteceu em diversos blocos, caixas de som ao longo do percurso soavam funk e grupos se formavam dançando em volta.

Yasmin --que optou por não dizer o sobrenome-- diz que o lance do Carnaval vai alem de qualquer bloco. "Nem sempre dá para chegar nos trios, a gente para antes onde estiver animado."

Claro que, quando chega o trio e bateria, as caixas de som são totalmente abafadas.

Alan Rodrigues, vendedor credenciado, juntou as bebidas à uma potente caixa de som, e fez a festa em dos pontos da avenida. Acostumado a mandar um som em frentes a baladas, aproveitou a credencial deste ano e trabalhou em diversos blocos no Carnaval. "A gente une as duas coisas: leva uma diversão para as pessoas e acaba vendendo mais também. Temos que levar um diferencial", comemora o vendedor.