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Blocos de rua

Daniela Mercury encerra Carnaval com discurso político e ameaça a brigões

Janaina Nunes

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/02/2018 20h21

Pelo terceiro ano consecutivo, Daniela Mercury arrastou milhares de pessoas e transformou a rua Consolação, em São Paulo, em uma espécie de panela de pressão com seu bloco Pipoca da Rainha. A baiana encerrou o Carnaval na cidade em grande estilo: foram quase seis horas ininterruptas em cima do trio, das 15h15 às 21h. Por ela, a festa poderia até continuar.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, cerca de 1 milhão de pessoas compareceram ao bloco.

"Se o prefeito deixar, a gente dá mais uma volta. Vamos aproveitar que o secretário (das prefeituras regionais, Cláudio Carvalho) está aqui e dar mais uma volta", brincou. O público vibrou ao som de sucessos de Daniela, Olodum, Ilê Ayê, Araketu e tantos outros. Além de muito axé, teve espaço para o reggae, rock e MPB. 

Houve espaço para o discurso político também. "A gente quer um presidente que a gente eleja. Não queremos autoritarismo", bradou.

De cima Daniela enxergava algumas brigas e pediu calma. "Estou de olho em vocês aqui. Quem inventar briga vai em cana, em cana!", dizia para os brigões em ritmo de axé. Apesar do puxão de orelha, ocorreram várias pequenas brigas, principalmente ao redor das cordas do bloco, que foram rapidamente apartadas por seguranças do trio.

As brigas não foram suficientes para espantar o pequeno Douglas, 5 anos. "Ele gosta, já comeu, descansou e agora está pulando de novo. Está neste ritmo desde as 15h", disse o pai, o montador Elton Souza, que carregava o filho nos ombros. "Sou baiano. Estou acostumado com trio e ele vai se acostumar", completou.

Enquanto Elton escolheu cantinho tranquilo pra o curtir o trio na Consolação, sua conterrânea, a publicitária Cristiane Thomy, 43 anos, escolheu ficar nas cordas. "Gosto de ficar aqui porque consigo ouvir melhor as músicas. Elas batem no peito e o clima de Carnaval invade o corpo", disse.

Daniela estava em êxtase. "Sempre sonhei em participar do Carnaval de São Paulo. Me considero sotero-paulistana. A cantora só fez uma pausa as 20h. "Todo mundo trabalha amanhã? Aqui está parecendo a Bahia!", disparava para o delírio dos foliões.