Fascínio pelo Egito inspira blocos e deixam douradas ruas do Rio na terça
Quem pensa que a noite de terça-feira de Carnaval é o fim da folia no Rio de Janeiro se engana. Uma onda dourada invade o centro da cidade com blocos que têm o Egito como tema. A "vibe" cresceu tanto que já chegou em São Paulo, que também já tem cortejo com muitas Cleópatras e faraós.
O primeiro a erguer a bandeira do país das pirâmides foi o Viemos do Egyto – com Y mesmo – em 2012. O produtor cultural Mariano Mattos Martins estava com amigos no fim da passagem do bloco Cacique de Ramos na madrugada da terça-feira de Carnaval, em 2011, quando surgiu a ideia.
“Começou a refletir sobre o fetiche que os símbolos do Egito têm no Carnaval com marchinhas, fantasias, os axés dos anos 90. Achamos curioso e resolvemos entrar mais fundo e fazer o bloco”, explicou o produtor.
O bloco também cresceu para além da folia. Segundo Mariano, o cortejo é também um movimento ativista de rua que abraça as pessoas em situação de vulnerabilidade sexual, entre eles trans e LGBTs. Na comissão de frente do cortejo desfilam travestis e trans abrigados na Casa Nem, que acolhe essa população em situação de vulnerabilidade.
“Eles são a alma do bloco. O conceito explodiu para o ativismo, para um espaço de fala de quem vive na rua. Eles participam com a gente. O bloco é um espaço contra a transfobia, homofobia, gordofobia”, explicou o fundador do bloco, que neste ano não vai desfilar no Rio, somente em São Paulo, onde sai há três Carnavais.
“Somos independentes, nunca tivemos apoio financeiro. Já tentamos aporte financeiro, vaquinha, mas neste ano não conseguimos nenhuma no Rio. Em São Paulo, conseguimos apoio com uma marca de vodca. É preciso uma estrutura básica como qualidade de som, segurança, banheiro. Vamos voltar ano que vem”, contou Mariano.
Mas, outro bloco vai (talvez) ocupar a lacuna deixada este ano pelo Viemos do Egyto. Outro grupo de amigos inspirados resolveu criar de última hora um evento, o Saymos do Egyto, que vai reunir os apaixonados pelo ouro e pelos axés que exaltam o país do Oriente Médio.
“A ideia surgiu pela carência de ter um evento bacana na terça-feira Carnaval. A intenção é relembrar dos bailes de salão dos Carnavais de antigamente. A proposta é cada um produzir sua fantasia com brilho, pluma. A rua é um espaço democrático”, disse Caian Rangel, um dos idealizadores do evento.
A atração pelo Egito, segundo o criador, sempre foi presente no Carnaval.
“Pego fotos antigas de família e sempre teve elementos do Egito, com uma cobra na cabeça, alguma coisa dourada. A Bahia tem grandes hinos de Carnaval com o Egito na música e vão estar na nossa playlist”, afirmou Rangel.
Em algum lugar ainda não revelado do centro do Rio, também na terça-feira de Carnaval, o Agytoê promete arrastar foliões também ao som de muitos samba-reggae dos anos 1970 até 1990. Para saber local e horário da saída é preciso ficar ligado na página do Facebook do bloco.
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