Feminismo, diversidade e respeito desfilam pelo centro de SP com bloco Pagu
O trio foi comandado por uma cantora de seios à mostra. Atrás, a bateria composta por 80 mulheres, seguida de folionas sem blusa, bandeiras do movimento LGBT, pegação lésbica, hétero e gay e também famílias. Esse foi o clima do cortejo do bloco feminista Pagu, que desfilou nesta terça (13) no centro de São Paulo.
"Eu não acho que um bloco de Carnaval causa mudança na sociedade, ele reflete a mudança que está acontecendo", diz Thereza Menezes, que fundou o bloco Pagu junto da amiga Mariana Bastos.
O bloco saiu do Páteo do Colégio e foi até o Largo São Francisco.
Para as fundadoras, uma bateria só de mulheres é um reflexo do momento que vivemos, no qual mulheres estão ocupando cada vez mais espaços antes dominados por homens.
"As baterias normalmente são dominados por homens e as mulheres muitas vezes se intimidam. Então a gente quis criar esse espaço onde elas se sintam confortáveis", diz Thereza.
São 80 integrantes na banda, muitas delas que nunca tocaram um instrumento antes. É o caso de Pagu Sana, 26, que foi convidada pelo mestre da bateria para tocar e se interessou pela proposta. "Para mim é importante a questão feminista, de mulheres tocando", conta ela, que aprendeu a tocar o agogô nos ensaios.
Além da banda feminina, o Pagu é pensado para ser também um espaço confortável para as folionas.
Em 2017, ele estreou seguido por 6 mil foliões e a organização acredita que o número foi ainda maior esse ano. Mesmo assim, o ambiente era tranquilo e o clima respeitoso. Nada de assédio e muitas manifestações de poder feminino.
"Ver uma bateria feminina tocando é lindo, mas a ideia é que isso transpareça no ambiente".
No repertório, só sucessos de grandes nomes femininos da música brasileira: Daniela Mercury, Elza Soares, Ivete e muitas outras.
Além do repertório, as mulheres consideraram o bloco uma opção confortável e mais respeitosa. "Aqui eu sei que não vou ser assediada", contou Amanda Leite.
De fato, o clima na multidão era alegre e leve, e os movimentos de violência e assédio que surgiam eram rapidamente reprimidos pelos próprios foliões.
"Eu vim porque não é um bloco hétero", contou o folião Tiago Miranda, 33, que, apesar de ser hétero, acha o ambiente mais agradável nos blocos LGBTT.
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