Mariana Varella

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Opinião

Dá para prevenir boa parte das demências; veja 5 dicas para reduzir o risco

As demências são um termo usado para definir quadros causados por várias doenças que, com o passar do tempo, causam danos ao cérebro, levando, assim, à deterioração da função cognitiva.

Embora as demências não afetem a consciência, a perda da função cognitiva, em geral, surge acompanhada por mudanças no humor, no controle emocional, no comportamento ou na motivação.

A doença de Alzheimer é o principal tipo de demência, responsável por mais de 60% dos casos de demência.

As demências causam impacto físico, psicológico, social e econômico, não apenas para os pacientes, mas também para familiares e para a sociedade.

Atualmente, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 55 milhões de pessoas têm demência no mundo todo; mais de 60% desse total vivem nos países de baixa e média renda.

A cada ano, surgem, aproximadamente, 10 milhões de casos novos no mundo, e a doença deverá ser ainda mais prevalente, com o aumento da expectativa de vida e o consequente envelhecimento da população.

No Brasil, 8,5% da população com mais de 60 anos convive com a demência, o que representa 2,71 milhões de casos. Os dados são do Relatório Nacional sobre a Demência, divulgados em setembro pelo Ministério da Saúde. Até 2050, a projeção é que 5,6 milhões de pessoas sejam diagnosticadas no país.

Fatores de risco

Apesar de a idade ser o principal fator de risco para as demências, essas doenças não devem ser consideradas como parte normal do envelhecimento.

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Os maiores fatores de risco para a demência, de acordo com a OMS, são:

idade (mais comum em indivíduos a partir ou acima de 65 anos);

pressão arterial alta (hipertensão);

glicemia alta (diabetes);

sobrepeso e obesidade;

tabagismo;

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consumo elevado de álcool;

sedentarismo;

isolamento social;

depressão.

Sinais e sintomas

Os sintomas iniciais mais comuns nas demências são:

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esquecer fatos recentes;

perder ou guardar objetos em locais errados;

perder-se quando sair para caminhar ou dirigir;

sentir-se confuso, mesmo em locais conhecidos;

perder a noção de tempo;

apresentar dificuldade para resolver problemas ou tomar decisões;

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ter dificuldade para acompanhar conversas ou para encontrar as palavras;

começar a ter dificuldade com as atividades do dia a dia.

Mudanças no humor e no comportamento incluem:

sentir-se ansioso, triste ou nervoso diante da perda de memória;

mudanças na personalidade;

comportamento inapropriado;

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retirar-se do trabalho ou das atividades sociais;

menos interesse em familiares ou amigos;

dificuldade para se locomover;

perda de controle sobre a bexiga ou intestinos;

dificuldade para se alimentar ou beber;

mudanças de comportamento, como agressividade, que trazem angústia para o paciente e quem está perto.

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Prevenção

Ao contrário do que muita gente pensa, é possível prevenir boa parte das demências. A OMS estima que 45% dos casos possam ser prevenidos ou adiados com algumas mudanças de hábitos.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, da sigla em inglês) dos Estados Unidos publicou cinco recomendações para reduzir o risco de demência.

1. Mantenha-se fisicamente ativo

A atividade física reduz o risco de inúmeras doenças, incluindo as demências.

A OMS recomenda de 150 a 300 minutos de atividade física de moderada intensidade por semana para todos os adultos e uma média de 60 minutos de atividade aeróbica moderada por dia para crianças e adolescentes.

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2. Previna ou controle o diabetes

Taxas altas de glicose no sangue, que ocorrem quando o diabetes não é tratado adequadamente, causam danos em vários órgãos, entre eles o cérebro.

3. Mantenha a pressão arterial sob controle

A pressão elevada pode causar danos nos vasos sanguíneos e limitar o fluxo de sangue para o cérebro, afetando o funcionamento do órgão.

Assim, é importante controlar os fatores de risco que podem levar ao surgimento da hipertensão e tratar a condição quando ela estiver instalada, com mudanças de hábitos e, quando for o caso, o uso correto de medicação.

4. Previna ou trate a perda auditiva

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Já há vários estudos demonstrando que a perda da audição é um fator de risco importante para o desenvolvimento das demências. Pessoas com perda auditiva tendem a se isolar socialmente, estimulando menos o cérebro.

Por outro lado, o uso de aparelhos auditivos pode ajudar no tratamento da perda auditiva, reduzindo, assim, o risco de desenvolver demência.

5. Evite ou limite o consumo de álcool e cigarro

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode levar, a longo prazo, ao desenvolvimento de hipertensão e lesões cerebrais, aumentando, assim, o risco de demência.

O cigarro também está relacionado ao risco aumentado de demências, entre elas a doença de Alzheimer. Além disso, parar de fumar reduz o risco de AVC, hipertensão e diabetes tipo 2.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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