Só um treinador poderia dar vida nova ao Corinthians
Então você acha que pode distinguir o paraíso do inferno? A frase, eternizada na letra do Pink Floyd, cai bem para o Corinthians de Augusto Melo e Ramón Díaz. O que o time passou ontem, sendo eliminado dos bastidores da Libertadores, é inferno e não paraíso. Não adianta agora virem com a coachibilização da eliminação: fomos bem, lutamos, estamos orgulhosos, somos grandes. O discurso de autoajuda não vai levar o time ao título estadual, que poderia evitar o fracasso completo do trimestre e, aí então, conhecer algum tipo de paraíso.
O Corinthians foi pequeno. Pequeno no Equador e pequeno em casa. Jogou pressionando alucinadamente mas sem método algum. Uma confusão ofensiva carente de organização. Um salve-se quem puder.
Ramón não é treinador para esse elenco. Seu filho tampouco. Seria preciso reconhecer o problema para começar a resolvê-lo. O elenco rachou. Não precisamos ter experiência farta em futebol para compreender que o vestiário azedou.
Quem poderia resolver essa situação?
Eu voto em Renato Gaúcho. Um boleiro que saberia provocar união, dar liberdade a um elenco de excelentes jogadores criativos e colaborar para que o time jogue alegremente. Um choque de cultura futebolística regional em nome de alguma competitividade no ano. Entre os treinadores desempregados, acho que o nome ideal para o momento seria o dele.
O Corinthians é uma bagunça fora de campo. Dívidas, atrasos em pagamento, contas mal explicadas, reuniões que vão às vias de fato. Tudo errado. Era inevitável que o barulho chegasse ao campo. Inevitável que o elenco entrasse em rota de colisão. Quem estava atento já tinha avisado.
Entra ano sai ano só uma coisa se salva no Parque São Jorge: o negligenciado time feminino. O Corinthians está na final da Super Copa contra o São Paulo. No mesmo dia em que os homens eram vergonhosamente eliminados do vestíbulo da Libertadores as minas venciam o Cruzeiro e garantiam mais uma final. Seria preciso ter muita humildade para ir buscar com elas a solução para eles.
Opinião
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