Como seriam as redes sociais sem união entre Facebook, Instagram e WhatsApp

(Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre tecnologia no podcast Deu Tilt. O programa vai ao ar às terças-feiras no YouTube do UOL, no Spotify, no Deezer e no Apple Podcasts. Nesta semana, o assunto é: Facebook sem Instagram e WhatsApp; Musk, Bezos e chineses: satélites no Brasil; A onda do ?vibe coding?; Algoritmos para a vida)

Enfrentando um julgamento na Justiça dos Estados Unidos sob a acusação de ser um monopólio das redes sociais, a Meta pode, caso condenada, ser obrigada a se desfazer de dois dos seus principais apps: Instagram e WhatsApp.

Se acontecer, a venda dessas duas plataformas vai mudar o mundo da internet. Outra decisão, no entanto, teria causado impacto considerável e imprevisível: e se o Facebook não tivesse adquirido Instagram e WhatsApp?

A companhia de Mark Zuckerberg argumenta que nenhum desses serviços seriam os gigantes de hoje sem seus investimentos.

Em novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Helton Simões Gomes e Diogo Cortiz comentam que o argumento da Meta faz sentido, afinal, eram bem diferentes as realidades do Instagram de 2012, quando foi comprado por US$1 bilhão, e do WhatsApp de 2014, quando foi adquirido por US$ 19 bilhões.

O que antes era somente um aplicativo para postar fotos de comida usando filtros diferentes agora é uma rede social com canais, sistemas de mensagens privadas, feed com algoritmo e até ferramenta à parte para edição de vídeos.

Hoje o Instagram não é só um aplicativo mobile, ele funciona muito bem no desktop, é repleto de influenciadores, e tem vários recursos feitos para quem cria conteúdo, para quem usa o Instagram de uma forma profissional
Helton Simões Gomes

Já o WhatsApp também não é mais só um espaço para envio de mensagens. Hoje tem figurinhas, áudios, vídeos e até a possibilidade de enviar dinheiro. O aplicativo também virou o principal canal para diversas organizações manterem contato com clientes ou venderem seus produtos e serviços.

Virou uma plataforma. Ou seja, resolveu a lacuna do que seria o modelo de negócios

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Ou seja, a gente percebe que o trabalho que a Meta fez de pegar esses aplicativos que eram promissores e que acabaram virando esses gigantes das redes sociais foi muito intenso, inclusive na tentativa de plataformizar todos eles
Helton Simões Gomes

E se o Facebook não tivesse comprado Instagram e WhatsApp?

O primeiro afetado teria sido o Facebook.

Em 2012, quando comprou o Instagram, o Facebook tinha acabado de entrar na Bolsa, e as discussões que tínhamos eram se ele ia sair do desktop e ter um aplicativo móvel
Helton Simões Gomes

Sem a expertise em criar plataformas móveis que funcionários de Instagram e WhatsApp levaram para dentro do Facebook, talvez a rede social criada por Zuckerberg teria levado muito mais tempo e consumido mais recursos para desenvolver sua experiência para smartphones.

Fora isso, ele teria que desenvolver internamente o que ele via em outros aplicativos e que não dava para colocar no Facebook. Você imagina o Facebook naquela época colocando um Reels no meio do feed? Não daria
Helton Simões Gomes

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As consequências para o Facebook poderiam ser ter menos dinheiro para apostar em iniciativas exploratórias nos anos seguintes.

Isso tiraria fôlego do Facebook de criar esse grande império que deu recurso financeiro e técnico para a empresa se lançar em iniciativas que a gente não esperava que uma rede social fizesse, como, por exemplo, o Metaverso (...) e a inteligência artificial
Helton Simões Gomes

Já o Instagram teria dificuldade com o negócio, já que foi a experiência do Facebook com publicidade que tornou o app sustentável financeiramente.

A plataforma crescia vertiginosamente, mas não sabia como fazer dinheiro com isso. Sem a união com o Facebook, talvez ela demorasse mais alguns anos e muito provavelmente ia virar um Snapchat
Helton Simões Gomes

O WhatsApp, por sua vez, é um caso emblemático. O aplicativo literalmente só enviava mensagem, mas hoje substitui telefone para chamadas, o email para mensagens de trabalho e, muito provavelmente, vai tomar o lugar da agenda telefônica.

Os criadores do WhatsApp eram muito avessos a ferramentas de redes sociais. Só que hoje, há as figurinhas, tem canais, comunidades, os grupos que não existiam ? Tudo isso não existiria nesse aplicativo e talvez ele hoje em dia ocuparia o mesmo lugar do Skype
Helton Simões Gomes

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Sai Facebook, entra Google

Também havia a possibilidade de Instagram e WhatsApp serem compradas, sim, mas por outras empresas diferentes do Facebook. Antes do arremate da empresa de Zuckerberg, o Google se interessou pelo WhatsApp e o Twitter cortejou o Instagram.

Ia ser divertido ver as integrações que o Google faria com o WhatsApp. Já pensou você responder a comentários no YouTube via WhatsApp
Helton Simões Gomes

Se cuida, Musk: Amazon e chineses lançam satélites de olho na internet do Brasil

Não perca as contas. A Anatel autorizou a Starlink a usar mais 7,5 mil satélites em sua operação. A empresa de Elon Musk já possui mais de 4 mil em órbita. O plano é chegar a 40 mil. Mas ela não está sozinha.

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A empresa de internet satelital do bilionário está prestes a enfrentar concorrência da Amazon, do também ricaço Jeff Bezos, de empresas chinesas, canadenses e francesas.

Vai ter espaço para todo mundo?

Você pede, e a IA faz o resto: 'vibe coding' é o fim dos programadores?

O hype da inteligência artificial agora promete transformar o que era trabalho em uma experiência, uma onda, uma viagem. É o "vibe coding".

Agora você consegue criar aplicativos não só a partir da codificação em si, mas de uma conversa com a inteligência artificial
Diogo Cortiz

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Essa tendência aproveita os poderes dos chatbots para transformar o dia a dia dos programadores. Já tem startup bilionária nascendo dessa nova onda, o que traz o velho medo de volta: o "vibe coding" é o fim dos programadores?

Truque contra incerteza: como levar algoritmos das redes sociais para a vida?

Já acontece a todo momento. Algoritmos são o motor que levam as redes sociais a decidir por você. O que ver, o que curtir, o que não curtir, o que esquecer.

Mas e se estes códigos saíssem da internet e invadissem o mundo para facilitar decisões cotidianas?

Já há técnicas estatísticas podem virar "algoritmos para a vida" e reduzir a incerteza e o arrependimento.

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DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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