Sacrifício? Joël Dicker expõe segredo por trás da criação de um best-seller

Para escrever uma história, não basta querer. É preciso estar preparado para se sacrificar.

Este é o pensamento do escritor suíço Joël Dicker, 39, autor de livros premiados e de grandes sucessos, como "A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert" (obra que se tornou série da Netflix), "O Caso Alaska Sanders", "O Livro dos Baltimore" e seu mais recente lançamento, "Um Animal Selvagem". Todos publicados no Brasil pela editora Intrínseca.

Em entrevista a Splash, o autor diz ser difícil explicar como se inicia o processo de escrita de um livro. "Às vezes, leitores vêm até mim e dizem: 'tenho uma ótima ideia para um romance, e tenho tentado trabalhar nela por anos, mas não funciona. Não consigo escrever mais do que 20 páginas'."

Minha resposta geralmente é: 'você realmente quer escrever?'. Acho que um livro não começa com um argumento. Você pode ter o melhor enredo do mundo, se você estiver pronto para se sacrificar, se comprometer, escrever, apagar tudo, e começar de novo, não vai funcionar. É preciso fazer sacrifícios para escrever.
Joël Dicker

O suíço acredita não haver "ciência ou receita" para o processo de escrita, e caso existisse, estaria aliviado. "É um trabalho cheio de dúvidas."

A Splash, Dicker detalha uma parte de sua criação, como, por exemplo, sentir motivação para acordar às 4h da manhã e desenvolver a trama. "Meu primeiro pensamento ao acordar deve ser: 'o que acontecerá no livro?'. Porque, é claro, não quero acordar tão cedo, sou como todas pessoas. Mas, se a vontade de saber como a narrativa se desenrola for maior que a de dormir, é sinal de que estou andando na direção certa. Este é um bom teste para a história. Se volto a dormir, é porque nem eu me importo com a minha a história."

A curiosidade do autor pelo desenrolar de sua obra é genuíno, uma vez que não sabe qual será o final dela quando começa a escrever. "Muitas vezes, não faço a menor ideia de como vou terminar. Me tornei um escritor porque eu era um leitor e tinha aqueles sentimentos emocionantes, queria voltar a ler o livro, saber o final."

Se eu já soubesse como as histórias acabam, não funcionariam para mim. Se eu já sei o final, por que irei me empenhar?

Capa do livro 'Um Animal Selvagem'
Capa do livro 'Um Animal Selvagem' Imagem: Divulgação/ Instrínseca
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"Um Animal Selvagem" é um exemplo do processo pessoal do autor. Segundo conta, a trama de mistério se iniciou a partir de uma certeza: queria que a história se passasse em sua cidade natal, Genebra, na Suíça. Em suas outras obras, diversos lugares foram cenários, como Londres, Paris, Baltimore e até os Alpes Suíços, mas esta é a primeira vez sobre o local no qual nasceu.

A narrativa acompanha dois criminosos que assaltam uma importante joalheria na cidade suíça. Eles planejaram uma ação rápida e objetiva, mas esse está longe de ser um roubo qualquer. O crime se reacionada com Sophie Braun, uma mulher de 40 anos que está sendo observada pelo vizinho Greg.

No thriller, Joël Dicker enreda o leitor em uma teia de segredos, inveja, intrigas e reviravoltas, tudo isso com Genebra de pano de fundo. "Eu quis compartilhar a minha cidade com os meus leitores, então procurei uma história que fizesse sentido e passasse a eles como eu me sinto sobre Genebra. Ela é um lugar muito particular por poder parecer uma cidade grande, mas, na verdade, é pequena e muito urbana", encerra.

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