5 livros e autores entre os preferidos do papa Francisco; um é argentino

Em carta publicada pelo Vaticano em agosto de 2024, o papa Francisco destacou seu apreço pela literatura e aconselhou jovens padres a se dedicarem ao hábito de ler. No documento, o pontífice citou alguns de seus autores e livros prediletos. Veja a lista de obras citadas abaixo e as sinopses de cada uma.

"A Ideia de uma Sociedade Cristã" - T.S. Eliot

Ensaio do escritor norte-americano questiona o que a fé cristã diz sobre a sociedade e a política. Nessa obra, Eliot propõe que uma sociedade deve ser estruturada sobre princípios cristãos para garantir estabilidade moral e cultural. O autor critica o secularismo e defende que a religião tem papel central na organização social.

"Para o lado de Swann - Em Busca do Tempo Perdido", vol. 1 - Marcel Proust

Trata-se do primeiro dos sete livros que compõem o romance "Em Busca do Tempo Perdido". Nele, o narrador revisita suas memórias de infância e observa o relacionamento das personagens Swann e Odette. A obra aborda temas como o tempo, a memória e a sociedade francesa, iniciando a longa reflexão sobre a vida e o passado.

"O Tempo Reencontrado - Em Busca do Tempo Perdido", vol. 7 - Marcel Proust

É último volume da obra "Em Busca do Tempo Perdido". Nele, o narrador encerra sua jornada literária, refletindo sobre o tempo, a memória e a escrita. Ele percebe que a arte pode recuperar o tempo vivido, consolidando o propósito de registrar suas lembranças.

"Borges Oral & Sete Noites" - Jorge Luis Borges

Reúne palestras de Borges sobre temas como literatura, poesia, sonhos, labirintos e o infinito. O poeta argentino, morto em 1986, compartilha nessa obra reflexões sobre o ato de ler, escrever e os grandes temas da cultura. O autor foi uma das grandes inspirações de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, que antes de sua trajetória no Vaticano atuou como professor de língua e literatura. Em seu trabalho no Colegio del Salvador, em 1966, Bergoglio convidou Borges para ministrar uma palestra para seus alunos.

O poeta e escritor argentino Jorge Luis Borges
O poeta e escritor argentino Jorge Luis Borges Imagem: Arquivo

"Um Experimento em Crítica Literária" - C.S. Lewis

Lewis propõe um modelo de crítica baseado na experiência real do leitor. Ele defende que a análise literária deve considerar a reação do público comum, questionando abordagens técnicas e acadêmicas.

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Outros autores apreciados pelo papa Francisco

Fiódor Dostoiévski. O papa frequentemente mencionava Dostoiévski como uma influência significativa, apreciando sua exploração da alma humana e das tensões entre fé e razão. "Memórias do Subsolo" foi um dos livros citados pelo religioso como um de seus prediletos. "Dostoiévski me ajudou muito na pregação", disse ele, em fala descrita no livro "Nos teus olhos está a minha palavra", de Antonio Spadaro, de 2016.

Domenico di Michelino retrata Dante Alighieri com o livro 'A divina comédia'
Domenico di Michelino retrata Dante Alighieri com o livro 'A divina comédia' Imagem: Brasil Escola

Dante Alighieri. Papa Francisco revelou que via em "A Divina Comédia" uma profunda jornada espiritual, refletindo sobre o pecado, a redenção e a busca pela união com Deus. Em 2015, no centenário da morte de Dante Alighieri, o pontífice publicou uma carta em nome da Igreja Católica em homenagem ao célebre autor.

Não pode faltar a voz da Igreja que se associa à comemoração unânime do homem e do poeta Dante Alighieri. Melhor do que muitos outros, soube exprimir, com a beleza da poesia, a profundidade do mistério de Deus e do amor Papa Francisco, em carta apostólica publicada em 2015

Alessandro Manzoni. "Os Noivos", romance histórico do autor italiano era uma leitura recorrente para o papa desde a infância. Ele contou em um de seus discursos que foi influenciado por sua avó a decorar o início do livro.

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Ele [Alessandro Manzoni], através das suas obras, foi um cantor das vítimas e dos últimos: eles estão sempre sob a mão protetora da Providência divina, que 'aterra e desperta, aflige e consola'; e também são sustentados pela proximidade dos fiéis pastores da Igreja, presentes nas páginas da obra-prima manzoniana Papa Francisco, após oração mariana do Regina Caeli, em 2023

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