Mouhamed Harfouch estreia "Meu Remédio" no Rio de Janeiro
Por: Flávia Viana
Mouhamed Harfouch inicia 2025 com o lançamento do monólogo "Meu Remédio", que estreou no dia 10 de janeiro no Teatro Ipanema, Rio de Janeiro. Dirigida por João Fonseca, a peça é uma obra intimista que combina comédia e drama para explorar temas como identidade, ancestralidade e aceitação pessoal. Após apresentações de sucesso em Juiz de Fora, Minas Gerais, Harfouch leva ao público carioca uma narrativa profundamente conectada à sua história de vida, revisitando momentos marcantes e refletindo sobre os desafios de abraçar sua essência.

O ator, filho de pai sírio e mãe portuguesa, revela que a ideia para a peça nasceu do desejo de compreender e compartilhar sua relação com seu nome e sua herança cultural. Segundo ele, crescer com um nome árabe em um Brasil dos anos 80, marcado por preconceitos, foi desafiador. "Meu Remédio veio da vontade de falar da minha própria dificuldade em aceitar minha origem, meu nome. Ser criança com um nome tão diferente naquela época não foi fácil. A peça fala sobre como aceitar quem somos nos dá pertencimento, identidade e liberdade", explica Mouhamed em entrevista exclusiva ao Blog do Amaury Jr..
Embora não seja um musical, "Meu Remédio" incorpora canções e performances ao vivo que enriqueceram a narrativa de forma orgânica. Harfouch admite que, inicialmente, não considerava incluir música, mas, durante os ensaios, percebeu como ela dialogava com a história. "A música se apresentou de forma tão natural que não pensamos duas vezes. Estou muito feliz com o resultado", compartilhou. Além de atuar, o artista assumiu a produção do monólogo, conciliando desafios que ele mesmo definiu como os maiores de sua carreira. "Produzir e atuar ao mesmo tempo foi desafiador, mas com o apoio de amigos e de João Fonseca, conseguimos manter o equilíbrio necessário para que o espetáculo atingisse sua essência."
O título da peça, por si só, é carregado de significado e guarda um mistério que será revelado aos espectadores. "Meu Remédio tem um duplo significado. Um deles só será revelado para quem assistir à peça, mas o outro é que não há melhor remédio do que saber quem somos", confidencia o ator. Para Mouhamed, o espetáculo é mais do que uma obra autoral: é um convite para que o público reflita sobre a própria jornada e encontre na aceitação pessoal um caminho para a liberdade e a autenticidade.
A parceria com João Fonseca, renomado por sua experiência em obras biográficas, foi essencial para o sucesso do projeto. O diretor trouxe equilíbrio entre os momentos cômicos e as passagens emocionais, destacando a sensibilidade necessária para lidar com temas tão pessoais. Mouhamed afirma que, sem o apoio de Fonseca, seria difícil equilibrar seu papel como autor e ator.
Misturando elementos autobiográficos e ficcionais, "Meu Remédio" convida o público a mergulhar em uma narrativa sensível, onde histórias pessoais se entrelaçam com questões universais sobre aceitação e pertencimento. O monólogo fica em cartaz no Teatro Ipanema até fevereiro de 2025, com sessões de quinta a domingo, prometendo tocar o coração dos espectadores com sua mensagem poderosa e transformadora. Para Mouhamed Harfouch, a arte, assim como a aceitação, é um verdadeiro remédio.

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