Mais barata e macia como filé mignon, entranha tem seus segredos
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A entranha se popularizou na cultura argentina e conquistou paladares ao redor do mundo pelo sabor e suculência ímpares.
Apesar do nome, a entranha em nada tem a ver com as vísceras. Extraída do músculo do diafragma, próximo à costela, a peça apresenta fibras aparentes que cruzam o corte de ponta a ponta. Por esse fator, geralmente é associada à fraldinha.
Como chegou ao Brasil
O chef Tomás Peñafiel¸ que comanda a Chimi Parrilla, em São Paulo, explica que a entranha demorou a ingressar no mercado brasileiro por uma questão de raça.
O gado Nelore, comum por aqui, é menor do que os de origem britânica, presentes aos montes no país vizinho. Justamente pelo tamanho pequeno, o pedaço de carne não chegava a ser considerado um corte nos açougues nacionais.
Mesmo com a melhora do mercado de carnes, Tomás sugere encomendar a peça ao açougueiro para garantir o ingrediente e surpreender os convidados no dia do churrasco.
Como preparar
Algumas peculiaridades da entranha ditam a melhor forma de prepará-la na grelha. A técnica mais importante está no ponto.
A maciez e suculência da carne são mais valorizadas quando servida mal passada ou ao ponto. Cerca de seis minutos de cada lado em brasa forte é o bastante para derreter e caramelizar a gordura da peça e manter o suco no interior.

Quando bem passada ou mesmo fria, perde seus melhores atributos e tende a ficar borrachuda.
Corto transversalmente, no sentido oposto das fibras, para facilitar a mastigação e servir como aperitivo. Funciona muito bem".
Membrana ou não
A entranha possui uma membrana firme que gera dúvidas. "Na Argentina, tem uma grande discussão se é para comer com e sem. Tem que saber fazer. Se não, fica um terror".
O segredo, não tão simples de reproduzir, é aproveitar as altas temperaturas da churrasqueira para torná-lo crocante e dourado, sem queimar.
Quando o assunto é tempero, o especialista é purista: "não tem o que inventar. É sal entrefino e pimenta-do-reino moída na hora e pronto".
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