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Mãe de pet desde os 7 anos, Elizabeth 2ª criou com luxo mais de 30 cães

Rainha Elizabeth ganhou seu primeiro pet com 7 anos e criou mais de trinta corgis e dorgis, suas raças preferidas - Reprodução
Rainha Elizabeth ganhou seu primeiro pet com 7 anos e criou mais de trinta corgis e dorgis, suas raças preferidas Imagem: Reprodução

De Nossa

09/09/2022 04h00

Rainha Elizabeth II, morta ontem (8), teve mais de 30 cachorrinhos ao longo de seus 96 anos de vida. O número é estimado por publicações que cobrem o dia a dia da família real, como a Town & Country. Seria ela uma das mais longevas mães de pet da história?

Embora seja tratada como um tema de natureza privada, a sua relação de amor com os animais, que iniciou aos 7 anos, era um dos pontos que mais humanizavam a realeza britânica. E inspirou até o filme infantil "EncrenCão", produzido pela Netflix em 2021.

Sua predileção era pelos corgis — raça de corpinho roliço, pelos macios e patas bem curtas nativa do País de Gales que teve picos de moda com Elizabeth como garota-propaganda — e pelos dorgis (resultado da mistura de corgi com Dachshund, o famoso salsichinha).

Os nomes dos animais da rainha passam por escolhas tão pomposas quanto o dos seus filhos, caso de Emma e Noble. Outros são mais divertidos, como Sugar, Candy, Cidra e Whisky.

O primeiro amor
de muitos

Rainha Elizabeth com Dookie e Jane, em 1936 - Lisa Sheridan/Studio Lisa/Hulton Archive/Getty Images - Lisa Sheridan/Studio Lisa/Hulton Archive/Getty Images
Rainha Elizabeth com Dookie e Jane, em 1936
Imagem: Lisa Sheridan/Studio Lisa/Hulton Archive/Getty Images

O afeto de Elizabeth por Corgis começou em 1933, quando ela conheceu a raça por meio de amigos.

A pedido da filha, George VI comprou o primeiro cãozinho no canil Rozavel, no condado de Surrey, na Inglaterra. O pet, oficialmente chamado de Rozavel Golden Eagle, acabou conhecido pelo apelido dado pelos funcionários do abrigo: Dookie, para rimar com o então título do tutor, 'duque de York'.

Livro publicado em 1936 mostra relação da família com os pets - Reprodução - Reprodução
Livro publicado em 1936 mostra relação da família com os pets
Imagem: Reprodução

Três anos mais tarde, a fêmea Lady Jane chegou, também de Surrey, para juntar-se à família.

Fotos de Elizabeth e da irmã, Margaret, renderam a publicação do livro infantil "Our Princesses and Their Dogs".

Em 1944, quando já era rei, George presenteou Elizabeth no seu 18º aniversário com Susan. As duas se tornaram inseparáveis. Prova disso é que a caminho da lua de mel com Philip, duque de Edimburgo, Elizabeth a escondeu nos tapetes da carruagem e a levou para viajar.

Susan viveu por quase 15 anos como sua "fiel companheira". O termo, usado pela própria rainha, está escrito na lápide da cachorra, instalado no cemitério de animais criado pela Rainha Vitória em Sandrigham House.

Elizabeth  em 1936 - Lisa Sheridan/Studio Lisa/Hulton Archive/Getty Images - Lisa Sheridan/Studio Lisa/Hulton Archive/Getty Images
Paixão por animais durou a vida toda
Imagem: Lisa Sheridan/Studio Lisa/Hulton Archive/Getty Images

A cachorrinha foi a progenitora da linhagem de quatorze gerações de Corgis e Dorgis que estiveram ao lado da rainha por toda a vida. De acordo com a BBC, cada filhote era um lembrete da conexão de Elizabeth com o pai e de um tempo sem tantas obrigações reais.

Tradição familiar: estátua da Rainha-Mãe também tem corgis - Dan Kitwood/Getty Images - Dan Kitwood/Getty Images
Tradição familiar: estátua da Rainha-Mãe também tem corgis
Imagem: Dan Kitwood/Getty Images

Alguns cães eram entregues a criadores, parentes ou amigos, mas muitos viveram com ela no palácio e eram chamados de "as meninas" e "os meninos".

No final dos anos 1980, quando o número chegou a treze, a princesa Diana descrevia a confusão de Corgis que andavam na frente da Rainha como:

Um tapete em movimento".

Elizabeth e os corgis - PA Images via Getty Images - PA Images via Getty Images
Elizabeth e os corgis: "um tapete em movimento"
Imagem: PA Images via Getty Images

A vida de cão
bem melhor do que de gente

Segundo o livro "All The Queen's Corgis", da autora real Penny Junor, os cachorros da rainha não dormiam em nenhum dos 775 quartos do Palácio do Buckingham. Mas numa sala dentro do apartamento privado de Elizabeth.

Rainha Elizabeth com o pet numa sessão de fotos - Bettmann Archive/Getty Images - Bettmann Archive/Getty Images
Rainha Elizabeth com o pet numa sessão de fotos
Imagem: Bettmann Archive/Getty Images

Todo especial, o espaço tem cestas de vime com almofadas que são erguidas para garantir que as correntes de ar não atinjam os animais. Os lençóis são trocados diariamente.

A alimentação conta com ingredientes frescos e diversidade de proteína. De carne de boi a coelho, todas são cortadas em pedaços pequenos para ninguém se engasgar.

Rainha Elizabeth com Candy  - Steve Parsons-WPA Pool/Getty Images - Steve Parsons-WPA Pool/Getty Images
Rainha Elizabeth com Candy
Imagem: Steve Parsons-WPA Pool/Getty Images

A comida é preparada por um chef. Outros cuidados, no entanto, cabiam a própria Elizabeth.

Elizabeth conversando com Philip - PA/PA Images via Getty Images - PA/PA Images via Getty Images
Elizabeth conversando com Philip
Imagem: PA/PA Images via Getty Images
Rainha Elizabeth, Philip e Sugar - Fox Photos/Getty Images - Fox Photos/Getty Images
Rainha Elizabeth, Philip e Sugar
Imagem: Fox Photos/Getty Images

Antes que tivesse sua mobilidade afetada, ela passeava com a matilha todos os dias. E, sempre que necessário, os pets embarcavam em helicóptero, trem e limusine para acompanhá-la.

Elizabeth levando cão para passear - Fiona Hanson - PA Images/PA Images via Getty Images - Fiona Hanson - PA Images/PA Images via Getty Images
Elizabeth levando cão para passear
Imagem: Fiona Hanson - PA Images/PA Images via Getty Images

No Natal, cada um ganhava a sua meia, repleta de brinquedos e biscoitos.

Além de luxuosa, a vida dos cães é midiática. Muitos estamparam capas de revista e fizeram participações e programas de TV.

Um cartão de visitas
do conforto

A escritora Penny Junor entende que, de certa forma, os corgis criaram um ponto de empatia entre a rainha de pessoas "comuns".

Elizabeth, príncipe Andrew e seus dois corgis - Evening Standard/Hulton Archive/Getty Images - Evening Standard/Hulton Archive/Getty Images
Elizabeth, príncipe André e dois corgis
Imagem: Evening Standard/Hulton Archive/Getty Images

"Cães e cavalos são a paixão de Elizabeth. É com eles, e as pessoas que compartilham essa paixão, que ela realmente relaxa. Cavalos são um jogo de homem rico, mas cães não", ela diz.

Eles são um grande nivelador, atraem pessoas de todas as esferas da vida e, ao longo dos anos, a rainha teve amizades fortes e genuínas com muitos de seus colegas entusiastas de cães."

Elizabeth e os corgis - PA Images via Getty Images - PA Images via Getty Images
O casal e um dos cães em frente ao Palácio
Imagem: PA Images via Getty Images
Rainha Elizabeth encontra um corgi em visita a Abadia de Sherborne - Arthur Edwards - WPA Pool/Getty Images - Arthur Edwards - WPA Pool/Getty Images
Rainha Elizabeth encontra um corgi em visita a Abadia de Sherborne
Imagem: Arthur Edwards - WPA Pool/Getty Images

Junor ainda fala da rainha como uma mulher "essencialmente muito tímida" e explica que os pets a ajudavam a quebrar a desconfortável barreira de falar com estranhos.

A fofura animal também servia para confortar os outros. Quando recebeu no Palácio o cirurgião de guerra David Nott, que sofria de Transtorno de Estresse Pós-Traumático após voltar de Aleppo, na Síria, ela chamou os corgis e abriu uma lata de biscoitos.

"Por 20 minutos durante este almoço, a rainha e eu alimentamos os cães. Ela fez isso porque sabia que eu estava seriamente traumatizado", contou David à BBC.