Ailín Pérez explica confusão com Tracy Cortez e provoca: "Insegurança e inveja"

Desde que estreou no UFC, em 2022, Ailín Pérez tem colecionado vitórias e também desafetos. Depois de se estranhar com a brasileira Norma Dumont e até chegar às vias de fato com a panamenha Joselyne Edwards, a lutadora argentina arrumou uma nova inimizade, desta vez com Tracy Cortez, e, por pouco, não foi atacada pela americana antes de sua luta no UFC 311.

Escalada para encarar a brasileira Karol Rosa no evento realizado no último sábado (18), em Los Angeles (EUA), a argentina teria sido perseguida pela nova rival no hotel dos lutadores durante os dias que antecederam o UFC 311 e, inclusive, após sua vitória no show. O motivo do suposto destempero de Cortez seria uma rixa iniciada por Pérez nas redes sociais, devido às provocações feitas pela sul-americana à atleta dos Estados Unidos.

Aparentemente irritada com a colega argentina, Tracy teria aproveitado os eventuais encontros com Ailín no hotel dos lutadores, onde estava como atleta convidada, para tirar satisfação com sua rival, que se esquivou das chamadas para briga da americana por estar focada na sua luta no UFC 311. Passados alguns dias, Pérez - em bate-papo exclusivo com a reportagem da Ag Fight - abriu o jogo e contou com detalhes as tensas interações com Cortez na semana passada.

"Primeiro nos encontramos quando ela estava chegando (no hotel), isso foi na terça-feira. Encontrei com ela e fui dar a mão para cumprimentá-la. Eu não sabia que ela estava muito louca comigo. E ela me viu em um estado muito bonito, muito bem, emagrecendo, batendo o peso, muito esplêndida, com muitos fãs. E ela não gostou. A segunda vez que eu esbarrei com ela, no elevador, ela queria me bater. Ela entrou no elevador e eu comecei a falar para as pessoas que saísse do elevador, que eu tinha uma luta no sábado e não queria lutar ali com ela - o mesmo que me fez Joselyne Edwards. A terceira vez que a vi, ela estava treinando e eu estava saindo da sauna. Ela me viu passar com meu time e ela avançou em mim, foi aí que comecei a gravar", contou Ailín.

O terceiro encontro, por sinal, foi capturado em vídeo e divulgado pela própria peso-galo (61 kg) argentina. Diante da clara tentativa de intimidação feita por Cortez, e com a experiência de já ter sido atacada por um de seus desafetos às vésperas de um combate no UFC, Pérez manteve a calma e não revidou as provocações da americana de ascendência mexicana - postura que, em sua opinião, serviu para irritar ainda mais sua rival.

"Eu chamei o elevador e ela estava atrás de mim, e falava, falava comigo, e eu falava: 'mande' (gíria mexicana similar a 'como é?'). E ela seguia insistindo. Eu falei: 'Tracy, eu estou focada na minha luta, vou lutar, depois nos falamos, depois lutamos, o que você quiser fazer, nós fazemos, mas depois da minha luta'. E isso que a deixou com muita raiva, por não conseguir minha atenção, que eu ganhei minha luta", debochou a argentina.

Quarto encontro e 'expulsão' do hotel

Ao que parece, as 'enquadradas' de Tracy Cortez não se restringiram ao pré-luta. Depois da vitória de Ailín Pérez sobre Karol Rosa no UFC 311, a americana também teria tentado resolver pessoalmente suas desavenças com a argentina, que, então, chamou a equipe de segurança da organização presidida por Dana White e teria conseguido, até mesmo, 'expulsar' seu desafeto do hotel onde estava hospedada em Los Angeles.

"Depois da minha luta, ela apareceu de novo, me seguiu na (coletiva de) imprensa. Eu tive que ligar para a segurança do UFC porque eu não podia andar de boa, ela queria brigar, queria me machucar. O (encontro) número quatro foi no dia da luta. E depois (da luta), voltando da arena, eu falei para o UFC que não queria a Tracy Cortez no hotel porque era o meu momento de estar com os fãs, e a retiraram do hotel, deixou o hotel. A tiraram porque eu falei que a queria fora", relatou.

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Insegurança e inveja

Diante de tantas rivalidades criadas com outras atletas - inclusive de outras categorias, como é o caso da peso-mosca (57 kg) Tracy Cortez - em tão pouco tempo de Ultimate, fica a dúvida sobre por qual motivo Ailín Pérez desperta tamanho ódio nas suas colegas de trabalho. Para além da resposta óbvia, ou seja, as provocações, a argentina acredita que a antipatia à sua pessoa seja fruto de dois sentimentos específicos: insegurança e inveja.

"Sentem insegurança (desafetos). As meninas que querem brigar comigo por redes sociais ou quando me veem são inseguras. Não aceitam lutar comigo, elas só querem fama ou lutar escondidas, onde eu não tenho benefício. E eu acho que também é porque não aguentam a pressão. Elas também têm a possibilidade de triunfar como eu, mas não trabalham de forma inteligente. Então, querem acabar com o meu momento. E, claro, é o meu jeito também. Isso é porque eu gero muita inveja nas mulheres, porque tudo que eu quero fazer, eu vou e faço. Só que não veem o trabalho que eu faço. É mais fácil criticar do que ver o trabalho que eu faço para obter as coisas que eu quero. É inveja! O flow não está à venda. Muita inveja", provocou a argentina.

Duelo no octógono?

Diante deste cenário, é quase impossível não vislumbrar que o Ultimate se aproveite da rivalidade crescente entre Ailín Pérez e Tracy Cortez para promover um duelo entre as duas. E, para a argentina, não há nada que impeça que este confronto seja realizado, desde que dentro do octógono, valendo dinheiro. Nem mesmo o fato da americana atuar na divisão de baixo, até 57 kg, parece ser um empecilho para a disputa, pelo menos é o que acredita a sul-americana.

"Obviamente eu lutaria com a Tracy Cortez no 61 (kg). Ela já lutou no 61 muito tempo. E ela é uma menina que sofre, é muito difícil para ela bater 57. Lembra da última luta dela? Cortou o cabelo. Duas lutas antes, saiu (da luta) por não bater o peso. Então, poderíamos lutar no 61, não tem problema, ela já lutou no 61. É melhor para ela lutar de 61 porque está mais gorda do que eu, é mais sacrificante para mim. Se ela não quiser lutar de 61, podemos fazer um 'catchweight' (peso-casado). Eu estou pronta também para emagrecer um pouquinho mais se ela quiser. Se não for no 61, que façamos no meio, 60 (kg), sem tolerância, mas nos coloquem na (luta) principal, porque o sacrifício que eu faço para continuar emagrecendo é muito, e também vou precisar de dinheiro. Então, vai ser um show. Mas se não for no 61, eu preciso de benefícios", concluiu Ailín.

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Aos 30 anos de idade e competindo no MMA profissional desde 2018, Ailín Pérez ostenta um cartel de 12 vitórias e apenas dois reveses na carreira. No UFC, após estrear com derrota para Stephanie Egger, a lutadora argentina - que tem no grappling sua principal arma - venceu seus cinco combates seguintes, contra Ashlee Evans-Smith, Lucie Pudilova, Joselyne Edwards, Darya Zheleznyakova e Karol Rosa. O bom retrospecto na organização levou a sul-americana ao top 15 da divisão dos galos, onde já ocupa a 11ª colocação.

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