Rodrigo Mattos

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Tite prometeu gol do Flamengo, mas era ilusão

O Flamengo produziu um jogo coletivo paupérrimo ofensivamente diante do Peñarol quando precisava vencer para se manter vivo na Libertadores. E, por óbvio, o técnico Tite tem responsabilidade por um time que basicamente não chuta a gol.

Chegou a ser uma agonia ver a equipe rubro-negra em Montevidéu com uma posse de bola de 74% e incapaz de incomodar o goleiro Aguerre.

Um desempenho que contrasta com a promessa do técnico Tite de que o time marcaria gol no Uruguai: "Flamengo vai criar metade das oportunidades e vai fazer gol lá. Me cobrem depois", disse o treinador após a derrota para o Peñarol no Maracanã. O verbo no futuro, assertivo, é uma promessa.

Em Montevidéu, no entanto, o time só conseguiu 13 chutes, dois deles no gol, apesar de ter a bola por três quartos de tempo. O Sofascore viu uma chance clara rubro-negra. Estou a procurá-la.

Foi o resultado da incapacidade de Tite de encontrar um funcionamento para o Flamengo sem Pedro. Bruno Henrique saía e entrava na área, Plata ocupava o seu lugar e não arrematava, os meias Arrascaeta e Gerson se esmeravam nos toquinhos.

Quando entrou um suposto matador, era o ex-centroavante Gabigol. Mal chegou na bola durante seus minutos em campo, um desempenho similar ao que se viu em seus jogos anteriores.

Seria um erro jogar tudo nas costas do treinador. Há uma profusão de estrelas caras no time rubro-negro contratadas a peso de ouro. Será que não deveriam ser cobradas?

Dentre elas, estão os craques laureados de meio-campo de rubro-negro, De La Cruz e Arrascaeta, contratados por um valor que se aproxima de R$ 200 milhões. Após ter entregado muito ao clube, Arrascaeta vive uma má fase física que compromete sua parte técnica, realidade que se arrasta há pelo menos duas temporadas. Entrega muito menos do que se espera dele.

Já De La Cruz é até agora um craque de poucos meses que na fase decisiva da temporada está ou machucado ou se recuperando ou trotando no Flamengo. Na Copa América, estava voando, correndo como se não houvesse amanhã pelo Uruguai. No Rio, não se dignou a correr junto com Cabrera para impedir o gol do Peñarol no jogo de ida no Maracanã. Eram 12 minutos do primeiro tempo.

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Por R$ 90 milhões, o Flamengo contratou um uruguaio que, no jogo decisivo da temporada, não fez nada diferente do que um volante revelado no Bangu teria feito. O clube podia ter economizado já que era só para ganhar o Carioca. Mas deixa rolar uma Data Fifa que ele volta a correr.

De resto, sobrou como sempre nos ombros de Gerson, de um dedicado porém fora de posição Bruno Henrique, de um certo desespero de Léo Pereira atacando. E por aí vai.

TIte errou tanto que errou até na lateral-direita em que optou por Varela só se defendendo em vez da correria impetuosa de Wesley. Matheus Gonçalves, preterido o ano inteiro, teve chance por minutos. A base não vale nada no Flamengo de medalhões de Tite.

Em resumo, o Flamengo caiu para um Peñarol tão pior tecnicamente que se limitou a passar 90 minutos se defendendo em casa com torcida a favor. Foi um resultado da incapacidade do seu técnico, de algumas das suas estrelas laureadas, e das contusões.

Quando foi cobrado pela sua promessa, Tite disse que não prometeu nada de gols. Era só uma previsão, exaltou-se. Tal qual aquela quadrilha de festa junina. "É gol. Não! É mentira". O Flamengo vive a era das falsas promessas e dos falsos craques.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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