Ex-pilotos da equipe de Bortoleto veem ano de estreia duro para brasileiro

O brasileiro Gabriel Bortoleto vai estrear na Fórmula 1 neste ano correndo por uma equipe que passa por um intenso processo de transformação.
Afinal, a Sauber vive um período de transição, vindo de anos disputando as últimas colocações como um time com dificuldades de atrair grandes profissionais para se tornar a equipe de fábrica da Audi a partir de 2026. E, pelo que a temporada de 2024 mostrou, esse é um período de "dar um passo para dar para tentar dar dois passos à frente".
Ao mesmo tempo que os desafios do projeto alemão estão claros, o início da evolução também começou a aparecer no final do campeonato passado, com os únicos pontos da temporada sendo conquistados na penúltima etapa e um top 10 na classificação da última corrida.
Equipe estava "uma bagunça", segundo Bottas
"Muita gente foi mandada embora. Muitas pessoas chegaram em diferentes papéis. Houve muita rotação. E demorou um tempo para encontrar a estabilidade, pela maneira como a equipe foi estruturada. Agora a coisa está finalmente tomando forma", disse Valtteri Bottas, que deixou o time no final do ano. "Mas no começo foi uma bagunça."
É claro que Bottas não fala com muito otimismo sobre esse processo porque uma das pessoas que saíram foi justamente quem o contratou, Fred Vasseur, que foi para a Ferrari. O finlandês acredita que muito do potencial de crescimento do time foi embora junto com o francês.
Vasseur não fazia parte dos planos futuros da Audi, que tinha se acertado com Andreas Seidl. O alemão, contudo, não entregou os resultados esperados e foi substituído por Mattia Binotto.
Nova regra pode ajudar equipe a atrair profissionais

Essas mudanças aconteceram em um período de dois anos e são apenas o topo do iceberg. Bottas viu de perto esse processo e aponta qual acredita que pode ser o ponto fraco do projeto da Audi. "Acho que eles focaram no lado da unidade de potência já há algum tempo e investiram muito. Então podem fazer um bom trabalho. Mas todos os outros vão trabalhar com fornecedores de motores que estão no esporte há muito tempo", disse ele.
"Mas eles têm recursos, têm potencial. Minha grande preocupação é o chassi. Não é feito pela Audi, é feito pela Sauber. E precisa de melhorias. Eles sempre tiveram esse problema, com a dificuldade de atrair engenheiros das equipes britânicas. E quando eles vêm, ficam por um ano porque não se adaptam à Suíça."
De fato, esse sempre foi um problema da Sauber, única equipe da F1 baseada na Suíça e uma das três com suas fábricas principais fora da Inglaterra.
Esse problema se agravou com o teto orçamentário o qual todas as equipes têm que seguir. Isso porque existe um limite da folha salarial que impede que esses profissionais sejam atraídos por salários altos, ainda mais com o custo de vida elevado na Suíça. Por isso, a Sauber conseguiu a adoção de um mecanismo no teto que regula essa diferença entre os salários praticados na Suíça, Reino Unido e Itália.
"Acho que isso vai ajudar um pouco. E, se eles conseguirem um embalo positivo, as pessoas vão querer se juntar à equipe. Mas no momento é um início desafiador."
Zhou: Melhoramos, mas não era difícil
Companheiro de Bottas na Sauber ano passado, Zhou Guanyu disse que a temporada de 2025 deve ser melhor do que a do ano passado, "mas isso não é difícil, honestamente".
O chinês, contudo, viu uma mudança importante em 2024 em relação às temporadas anteriores: "Normalmente a gente começava muito bem e depois perdia o embalo. Nesta temporada, era difícil piorar, mas na verdade nós demos um grande passo no final. Então acho que colocamos o carro em uma janela bastante boa para o Nico e o Gabriel. Certamente não acho que estamos tão fortes quanto a Haas, mas estamos perto."
Essa melhora à qual Zhou se refere colocou a Sauber na briga por um pontinho aqui, outro ali. Chegar ao Q3 já é um feito e tanto e só foi possível justamente com a evolução no final do ano, e é isso o que dá para esperar para mais uma temporada de transição em 2025.
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