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Como a Red Bull foi de uma vitória a clima de crise em uma semana

Nem parecia que, apenas uma semana antes deste GP do Bahrein, a Red Bull estava comemorando a vitória de Max Verstappen no Japão. Uma reunião com ares de gabinete de crise com os principais chefes da equipe, uma conversa mais ríspida entre Helmut Marko e o empresário de Verstappen e o descontentamento expressado pelo tetracampeão após a prova deixaram claro que o sexto e nono lugares da prova barenita não serão entendidos como apenas um tropeço.

"É muito alarmante. Nós temos muitos problemas", definiu o consultor Marko, que se reuniu com o chefe da equipe, Christian Horner, e os dois principais membros do corpo técnico, Pierre Wache, diretor-técnico, e Paul Monaghan, chefe de engenharia, após a prova, vencida por Oscar Piastri com a McLaren.

Antes disso, Marko tinha ouvido cobranças de Raymond Vermeulen, empresário de Verstappen. E o próprio piloto não poupou críticas ao carro. "É basicamente problema de equilíbrio do carro e de desgaste de pneus. Nosso equilíbrio está desconectado, está muito fácil, bloquear os pneus, até os dianteiros e traseiros ao mesmo tempo. Parece que a gente piorou em relação ao ano passado com o desgaste de pneus."

Verstappen já estava largando em uma posição ruim, sétimo lugar, e não conseguiu progredir nas primeiras voltas. A opção foi colocar o pneu duro, que acabou se mostrando o pior dos três compostos. Ele ficou só 16 voltas com o pneu que seria, em teoria, o mais durável. E chegou a ir para o último lugar quando o trocou pelo composto médio. Isso, logo antes de um Safety Car que foi acionado logo depois de sua parada.

No final, Verstappen recuperou parte do terreno perdido, fez uma ultrapassagem em cima de Pierre Gasly na última volta, e foi o sexto colocado, a 34s do vencedor Oscar Piastri. "Tudo o que podia dar errado, deu."

Até porque não foi só ritmo que faltou à Red Bull. Os dois pilotos tiveram problemas sérios no pit stop, com o sistema de luzes que mostra para o piloto que ele pode voltar à pista ficando travado no sinal vermelho. Para completar, na segunda parada de Verstappen, o pneu dianteiro direito demorou a sair.

E não foram problemas isolados. No Japão, corrida vencida por Verstappen muito em função da volta de classificação que fez e porque praticamente não houve degradação de pneus, a Red Bull já tinha tido uma parada lenta. Na ocasião, Christian Horner disse que havia dois mecânicos reservas na equipe e que, por isso, o pitstop não tinha sido dos melhores.

No Bahrein, o chefe da equipe disse que a suspeita era de que houve um problema no cabeamento das luzes.

Sobre o problema de freios sofrido por Verstappen na classificação e que continuou sendo relatado por ele na corrida mesmo depois de a equipe ter trocado várias peças, Horner explicou que o holandês não está sentindo a 'mordida' do freio no pedal. "E isso causa vários problemas para o piloto, porque ele acaba entrando mais rápido nas curvas. Precisamos resolver isso."

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O problema é como, uma vez que as ferramentas de simulação da equipe não têm dado as mesmas respostas que eles veem na pista. "Acho que os problemas estão compreendidos, a questão é que as soluções que nós vemos nas nossas ferramentas, comparadas com o que estamos vendo na pista, não estão cruzando e acho que é isso o que temos que compreender."

Verstappen disse que o cenário está claro a respeito do que tem que ser feito. Mas salientou. "Eu falo por mim, não pelos outros." Uma clareza que ele tem é de que, se o carro continuar como está, haverá muito mais corridas como as do Bahrein do que do Japão. "Quando você não está bem com os pneus, você vai mal em todos os lugares."

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