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Reunião sobre motores da F1 reforça dúvidas sobre 2026 e futuro elétrico

A reunião em que a FIA em conjunto com a Fórmula 1 propuseram às equipes a volta dos motor V10 aspirados sem eletrificação serviu para abrir uma discussão sobre qual será o caminho a ser tomado pela categoria, inclusive na busca de equalização no rendimento dos motores que estreiam em 2026, o que é o que a FIA quer no final das contas, pelo menos em um primeiro momento.

Não só eles. Como esperado, a Audi foi uma das fornecedoras de motor que deixaram muito claro na reunião que não queriam falar sobre uma tecnologia diferente a essa altura. A pressão dos alemães é para conseguir maior flexibilidade na homologação de certas partes da nova unidade de potência, principalmente depois de terem conseguido contratar vários profissionais vindos da Renault, que estava adiantada na parte da câmara de combustão do novo projeto.

Nada foi decidido na reunião, mas especialmente Audi e Honda deixaram claro que sua presença na F1 está diretamente ligada aos ganhos que eles podem ter no desenvolvimento da energia elétrica, e que a ênfase dada a isso no novo regulamento tinha sido fundamental para a decisão dos alemães entrarem e a revisão da posição dos japoneses, que chegaram a anunciar a saída da categoria e voltaram atrás.

Também foi levantada a questão dos custos e da necessidade de dar uma chance para o regulamento de 2026. Esse foi o argumento da Mercedes, que não se opôs totalmente a uma revisão no futuro, mas salientou que deveriam ser respeitados os prazos anteriormente estipulados. Esses prazos previam uma mudança de regulamento só em 2031.

As demais presentes, Ferrari, Ford (que agora tem uma parceria com a recém-formada Red Bull Powertrains) e a GM (que estará no grid via Cadillac ano que vem, inicialmente usando motores Ferrari) não teriam se pronunciado.

Nada muda pelo menos até 2029

No final das contas, a proposta apresentada pela FIA de um motor sem eletrificação foi totalmente rejeitada, com a abertura para a discussão de possibilidades que não descartem totalmente o uso de baterias, mas que visem uma diminuição no peso e nas dimensões dos novos motores, que poderiam estrear antes de 2031 se houver um acordo a respeito de uma solução melhor.

Esse é um ponto fundamental para os pilotos e ponto pacífico para todos na F1, depois que os carros chegaram ao seu recorde em termos de dimensões e ao peso mínimo, contando o piloto, de 800kg. Para 2026, haverá uma redução tanto no peso, quanto no tamanho dos carros, mas ela não é considerada suficiente.

Toda essa discussão só deixa claro que há muita desconfiança no paddock em relação ao conjunto de regras de 2026. Houve vários comprometimentos no regulamento da unidade de potência para que ele fosse aprovado a fim de que a Audi entrasse, e alguns pontos tiveram que ser "remendados" pelo novo carro, por meio de um sistema que deu muita dor de cabeça para os engenheiros, com uma configuração aerodinâmica para as curvas e outra para as retas.

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A ideia é dar um voto de confiança às novas regras e seguir adiante sem um plano B. Mas essa discussão inicial serve como um primeiro parâmetro para a FIA e F1 mostrarem o que quererm para o futuro - um motor mais leve e mais simples também, a fim de controlar os gastos com desenvolvimento - e as fornecedoras baterem o pé pela eletrificação e pela manutenção de tecnologias que sejam relevantes para seus projetos de carros de rua.

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