McLaren tem contraste entre Norris errático e Piastri com tudo sob controle

Assim, mesmo tendo deixado para trás boa parte do prejuízo pela classificação ruim nos primeiros metros da corrida, quando foi de sexto para terceiro, Norris não conseguiu avançar mais que isso.

Russell bate Norris mesmo com muitos problemas

E olha que ele disputou no final com um Russell que estava longe de ter as melhores condições. Como a Mercedes só tinha um jogo de pneus médios para a corrida e estava tentando evitar os duros, que foram um desastre em termos de rendimento, coube ao time colocar os macios no carro de Russell para as últimas 25 voltas. Isso porque um Safety Car tinha sido acionado por conta de detritos na pista na volta 32.

Para completar, o carro de Russell tinha vários problemas. O controle eletrônico de freio parou de funcionar e teve que ser resetado pelo piloto, que depois passou a ter outros problemas eletrônicos. Em determinado momento, a equipe chegou a pensar que ele perderia todas as luzes do volante. Tentando resolver, ele acabou acionando o DRS quando não estava autorizado, percebeu rapidamente e o fechou, tirando o pé para não ter vantagem.

Foi o suficiente para que o inglês não fosse punido e garantisse um segundo posto que a Mercedes não acreditava ser possível em uma disputa direta com uma McLaren.

Isso sem contar nas falhas do transponder do carro de Russell, o que fazia com que ele 'desaparecesse' da folha de tempos e também do sistema que determina quem pode acionar o DRS. Era como se não houvesse nenhum carro na frente primeiro de Leclerc e depois de Norris, então esses pilotos não recebiam o aviso de que podiam acionar o dispositivo mesmo quando estavam a menos de um segundo dele.

Hamilton se encontra com o carro

Russell largou atrás de Charles Leclerc, mas também conseguiu chegar na frente do monegasco, que culpou a alta degradação de pneus da Ferrari pelo resultado. "Não temos pressão aerodinâmica, então o carro escorrega e vira uma bola de neve", disse ele.

Prova disso é que a Ferrari sequer cogitou colocar os pneus macios no final, tendo que optar por eles ou pelos duros depois de fazer as duas primeiras pernas da prova com os médios.

Mas pelo menos o outro lado da garagem do time italiano terminou a prova contente. Lewis Hamilton se recuperou da nona colocação na classificação para o quinto posto na corrida. Essa discrepância entre o sábado e o domingo tem sido uma marca de Hamilton no atual regulamento da F1, pela dificuldade que ele vem tendo em tirar o máximo do carro em uma volta lançada.

Muito mais animado após a prova, o heptacampeão disse que se sentiu muito bem com sua Ferrari especialmente no segundo jogo de pneus médios, e vai usar isso como exemplo para trabalhar com os engenheiros e tentar recriar essa sensação em outras pistas e condições. "Ainda é alienígena a maneira como tenho que pilotar o carro", disse ele, querendo expressar as diferenças em relação à Mercedes, principalmente no sistema de freios.

Mas ninguém vai ter muito tempo para avaliações antes da quinta etapa do campeonato, que será já no próximo fim de semana, na Arábia Saudita.