Globo comemora 60 anos no futebol com nostalgia e volta dos hinos nos gols
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A festa dos 60 anos da TV Globo já era prevista desde que a tabela do Brasileirão saiu com o duelo entre os clubes com maiores torcidas do país programado bem no fim de semana do aniversário da emissora, ainda mais com mando do Flamengo contra o Corinthians, um jogo do pacote da Libra que só as plataformas Globo poderiam exibir. Mas o resultado ainda era uma incógnita, e hoje os fãs de futebol, especialmente os mais nostálgicos, ganharam um presente inesperado: a volta dos hinos na hora dos gols.
A nostalgia fez parte desde a abertura da transmissão, que foi ao ar 50 minutos antes do pontapé inicial no Maracanã e contou com uma apresentação do cantor Belo no estádio. O narrador Luis Roberto entrou em ação com um terno contendo o primeiro logotipo da TV Globo, usado nos anos 1960. A primeira imagem trazia a fonte amarela clássica da emissora com os nomes dos clubes.
Tudo remetia a algum período da emissora. Homenagens também foram feitas a narradores que passaram pela casa em jogos do Brasil nas Copas do Mundo. Foram lembrados nomes como Geraldo José de Almeida, Luciano do Valle, Osmar Santos e Galvão Bueno, com direito a um recado emocionado de Luis Roberto ao ex-colega, hoje apresentador na Band e locutor do Amazon Prime Video.
Com a bola rolando, a nostalgia não parou. Luis Roberto usou bordões e "deixas" que fizeram parte da história da Globo, como o memorável "Globo e você, tudo a ver". Gráficos antigos, desde o tempo em que os placares não ficavam fixos na tela durante os jogos, foram entrando ao longo da transmissão, recordando padrões visuais dos anos 1980, 1990, o primeiro placar fixo de 1999, a versão vermelha que entrou em ação no ano de 2001 e marcou a conquista do Penta em 2002.
Até o toque sonoro que anunciava o tempo de jogo nos anos 1990 reapareceu. Tudo no mais absoluto clima de saudade, mas ainda misturando com a modernidade. Foram vistas as já conhecidas exaltações à tecnologia das transmissões atuais da Globo, como o uso da câmera suspensa por cabos e a que gera imagens parecidas com as de videogames, sem falar no anúncio da futura DTV+, nova TV digital aberta que entrará em ação no Brasil em breve.
O ponto alto para muitos torcedores, no entanto, veio com o primeiro gol do Flamengo logo nos minutos iniciais. Em vez de tocar a musiquinha bastante questionável que a Globo vinha usando desde o começo do Brasileirão 2020, há quase cinco anos, entrou uma versão do hino do clube rubro-negro, uma marca das transmissões da emissora que durou desde os anos 1990 até o início desta década.
O melhor foi quando Luis Roberto anunciou que os hinos vieram para ficar nos jogos dos times brasileiros, atendendo a "milhões de pedidos". Isso é provavelmente um fato. Só pela experiência pessoal de quem cobre mídia esportiva, foi a pergunta mais recebida por este colunista nos últimos cinco anos. "Quando a Globo vai voltar com os hinos?".
Trabalhamos com versões pouco detalhadas sobre a troca ter sido provocada por questões de direitos autorais sobre os hinos dos clubes, mas a realidade é que a Globo quis mesmo - e não conseguiu - dar uma marca própria na hora dos gols, como Esporte Interativo (hoje TNT Sports) e Fox Sports (hoje extinto no Brasil) tinham conseguido com muito mais sucesso.
O povo queria os hinos, e eles voltaram. Apesar de o prazer hoje ter sido exclusividade dos flamenguistas (e repetidas vezes), agora torcedores de todos os times vão aguardar ansiosamente as suas vezes para ouvirem as novas versões dos hinos nos gols transmitidos pela TV Globo.
No intervalo, a Globo fez o esperado anúncio da compra da Copa do Mundo de Clubes, que já tinha sido divulgada pela emissora, mas ainda não tinha um clipe especial em transmissão. Jogos de Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo vão embalar a emissora a partir de junho nesse campeonato, que contará com 32 participantes pela primeira vez na história.
Como ponto talvez um pouco questionável, fica o uso de inteligência artificial para recriar a voz de Léo Batista, que morreu no começo deste ano, para apresentar os gols de ontem no Brasileirão. Tudo feito com autorização da família, como destacou Luis Roberto, mas o resultado não ficou necessariamente bom. Não se faz aqui qualquer tipo de condenação do uso dessa tecnologia no geral, mas a voz de Léo Batista não ficou minimamente próxima da emoção que ele passou em vida. E essa era a grande sacada dele nas décadas em que foi uma das principais marcas da televisão brasileira. Não era exatamente a voz, mas como ele a usava. E isso só ele sabia fazer.
E uma última observação: a coincidência com aniversários de emissoras deve se repetir no segundo turno. Com Corinthians x Flamengo sendo do pacote LFU e elegível para transmissão da Record, a data-base desse confronto é justamente o fim de semana de 27 de setembro, quando a emissora de Edir Macedo completará 72 anos.
4 comentários
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Wellington da Silva Sales
Que ótima notícia a volta dos hinos. Finalmente! Esse argumento dos direitos autorais nunca convenceu. Embora não tenha pesquisado a fundo, acredito que vários hinos de clubes brasileiros já devem ter caído em domínio público (no Brasil, acontece no dia 01 de janeiro após completar 70 anos de morte do(s) compositor(es)). Como você bem disse, Allan, a música que a Globo tocava era "bastante questionável". Hahaha! Bem diferente das músicas de Fox e EI...
Denilson Aparecido da Silva
Também não achei legal usar a IA pra reproduzir a voz Do Léo Batista. Acho isso muito questionável e já estamos vendo o mau uso dessas reproduções, inclusive pra golpes
Rafael Oliveira
Acabaram com os hinos pq a emissora está falida, FA LI DA. Capitão já avisou que é o último ano e fontes confiáveis sinalizam que deve ser comprada pela JovemPan. Sem mais, os patriotas.