O que surpreende na demissão de Fernando Diniz
A resposta a essa pergunta é bem simples. Nada.
Talvez o momento. O delay. E só.
A verdade é que a demissão de Fernando Diniz em si surpreende um total de zero pessoa. Sua saída estava praticamente selada no fim do ano passado, mas ele se revoltou em uma coletiva e acabou ganhando uma (pequena e equivocada) sobrevida.
A minha maior dúvida não é por que Diniz foi sacado do cargo, mas por que ele foi contratado.
Classificação e jogos
O Cruzeiro não vinha mal com Fernando Seabra, no ano passado: em 35 jogos, ele somava 17 vitórias, 10 derrotas e 8 empates. Mas aí Pedrinho BH, dono da SAF, implicou com a não escalação de quem ele queria e pronto, foi-se um trabalho que parecia promissor.
Para o seu lugar, veio o campeão da Libertadores 2023, cuja campanha em 2024 afundara o Fluminense na zona de rebaixamento de maneira tão profunda, que a salvação parecia improvável. A Diniz foi dada a chance de provar que a queda de rendimento no Tricolor havia sido um acidente. Coisas da vida. Ressaca pós-título. Uma desventura.
Essa era a expectativa. A realidade? Na curta passagem pela Raposa, o técnico amealhou sete derrotas, nove empates e apenas quatro vitórias. Um triste aproveitamento de 35%.
Essa é a primeira demissão de um clube da Série A em 2025 e a segunda de Diniz em sete meses — ele saiu do Fluminense em junho de 2024, depois de vencer apenas uma partida em onze disputadas pelo Brasileirão.
Depois de um Brasileiro decepcionante e o vice na Sul-Americana, Diniz deixa o Mineiro com uma vitória sobre a Tombense por 1 a 0, uma derrota história para o Athletic e um empate com o Betim, com gol aos 41 do segundo tempo.
Sim, ele conquistou uma Libertadores, feito para muito poucos. Ele também afundou o mesmo Fluminense e a Seleção Brasileira, depois de deixar raras saudades dos clubes de que partiu. Qual é a exceção e qual é a regra no seu histórico. Fica cada vez mais fácil cravar.
Renato Gaúcho deve substituí-lo no comando desse Cruzeiro caro, reforçado e indeciso. O tempo vai dizer se dava para ter feito mais com o que Diniz tinha nas mãos — e se a relação tóxica que temos com os dois, sobre a qual escrevi aqui, vai continuar rendendo frutos.
Siga Alicia Klein no Instagram
Leia todas as colunas da Alicia aqui
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.