Podcast Neymar: novo episódio mostra que NJR é mais produto do que filho
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Não cansa de espantar a ousadia de Neymar Pai.
O quarto episódio do podcast Neymar, produção do UOL Prime, é ainda mais espantoso que os anteriores. Aliás, é difícil medir o espanto quando o assunto é a Neymar S/A.
Nele, o enfrentamento não escolhe adversários. Globo, Santander, Nike, Ambev, Barcelona, governo brasileiro, CBF, não importa. O pai do craque faz o que quer, fala o que quer, decide o que quer e acabou. Irredutível. Aceite o que eu peço (e ele não pede, manda) ou saia andando. Impressiona a assertividade do empresário lidando com algumas das marcas mais poderosas do planeta.
As histórias narradas por Pedro Lopes e Juca Kfouri quase me levaram a ter pena de Neymar. Quase.
Depois da grave lesão na Copa de 2014, o atleta não queria falar com ninguém. Seu pai o convenceu (leia-se, obrigou) a dar uma entrevista exclusiva para o Fantástico. Colocou o jovem craque na frente das câmeras, diante de jornalistas experientes, no momento mais difícil da carreira, contra a sua vontade. Até tentou controlar o conteúdo da conversa, mas perdeu a briga. Expôs porque lhe pareceu relevante aparecer na Globo.
Copa das Confederações, Copa do Mundo, Copa América, não importava. Neymar Pai era o comandante e a prioridade era gerar dinheiro, custasse o tempo ou o escrutínio que custasse.
Entrevistas curtas, longas, contratos, gravações, troféus a serem recebidos, nada escapava ao crivo do chefe da operação. Fica claro no episódio que o líder de Neymar na seleção naquela época nunca foi Felipão ou Dunga. Era seu pai quem determinava toda sua rotina.
Vou parar por aqui para evitar spoilers. Mas já adianto: é deprimente ver um filho tratado como produto, mesmo em um dos piores momentos da sua vida.
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