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Nosso relacionamento tóxico com Renato Gaúcho e Fernando Diniz

O agora ex-técnico do Grêmio e o ainda técnico do Cruzeiro protagonizaram momentos interessantes nos últimos dias. Todos eles me remetem ao que aprendi, na teoria e na prática, sobre relacionamentos tóxicos: nos quais há, sim, amor e carinho, você só não sabe quando os receberá, e em que formato.

Na última coletiva do Brasileirão, Diniz se disse triste e revoltado com os rumores de que seria demitido. Como assim saber de sua saída pela imprensa? Como assim ser avaliado somente pelos resultados? Ele também é um ser humano! Que desrespeito!

Já Renato Portaluppi, muito emocionado com a saída do clube que tanto o idolatra, chorou em seu vídeo de despedida: "Não sou perfeito".

Poxa, é de comover mesmo. Eles são gente, têm sentimentos e família, como todos nós. A empatia bate forte.

Aí você se lembra de como Diniz fala com seus jogadores, dos esporros públicos, dos gritos e xingamentos ensandecidos. E do tanto que alguns destes atletas parecem gostar dele mesmo assim — outros, nem tanto. Recorda-se também de como Fernando Seabra saiu do Cruzeiro, dos áudios vazados, em que o dono da SAF dizia, em resumo, "quem manda aqui sou eu". É realmente de surpreender que boatos da demissão de Diniz começassem a circular, diante dos 26% de aproveitamento da equipe? Diante do que todos sabem sobre a atual gestão do clube? Por que com ele seria diferente?

Renato admitiu não ser perfeito, o que é até nobre, considerando que ele frequentemente age como se fosse. Trata-se do mesmo profissional que há poucos dias, confrontado com cobranças pelo mau desempenho do Grêmio, ameaçou jornalistas, sem um traço de constrangimento, dizendo que a torcida sabia onde os filhos deles estudavam. Também é o cara que ajudou vítimas da enchente, no momento mais trágico do Rio Grande do Sul.

Todos somos complexos e multidimensionais. Por precaução, convém não esquecer do que cada um fez no domingo passado (inclusive os mais carismáticos, aqueles de quem queremos gostar), antes de achar fofinho e cair na conversa de quem amanhã pode voltar a ser um problema.

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Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

37 comentários

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Luiz Carlos de Moraes Hecker

Pessoas completamente diferentes. O Renato um machista passional e vaidoso, q se acha o máximo, já o diniz um charlatão grosseiro e frio apoiado, ñ se sabe pq, pela maioria da midia. Quero ambos bem longe do meu time!!! 

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Francisco Genival de Oliveira

Dois fanfarrões enganadores. Só isso. 

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Ayrton Tadeu Gobet

Quando algum time anuncia o Diniz, eu prontamente manifesto os meus mais sinceros pêsames ao torcedor. Invariavelmente ele consegue ser demitido por resultados ruins.  Quanto ao outro, prefiro nem comentar. 

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