Faniquito de Zubeldía e a árbitra que riu dele

A vida nos mostra que há pouca coisa que incomode mais os homens do que a ideia de serem ridicularizados por uma mulher. A gente, por outro lado, tem medo de morrer.
Mas esta coluna é para falar sobre o comportamento de Luis Zubeldía, técnico do São Paulo, e Tori Penso, que apitou o amistoso entre São Paulo e Cruzeiro, em Orlando.
A americana de 38 anos comandou a final da Copa do Mundo Feminina, em 2023, a abertura do Mundial de Clubes da FIFA do mesmo ano e partidas nos Jogos Olímpicos de Paris (incluindo a partida do Brasil, com 18 minutos de acréscimo).
Ambos experientes. Ambos bem-sucedidos em suas carreiras. A diferença entre eles? A histeria.
O argentino estava completamente desequilibrado à beira do gramado, ontem. À beira, não. Dentro do gramado. Esbravejando, gesticulando, xingando. O jogo não valia nada. Era um amistoso de pré-temporada, na Disney. Todo mundo voltando de férias. Sem pressão de torcida. Na boa.
Diante do mais desmedido chilique do treinador, Penso riu. Levantou os braços, indicou que iria até ele e, sorrindo, brindou-lhe com um cartão amarelo. "Calma, bem."
Ela, aliás, também tirou de letra as famosas rodinhas dos sul-americanos: os atletas que correm para cima da arbitragem quando não gostam de alguma marcação e tentam pressionar juízes carrancudos. Penso não deu moral e seguiu o jogo, com serenidade.
Fica a dica para a CBF. Trabalhar melhor a inteligência emocional de seus árbitros. Treinar mais mulheres. Preparar as equipes para sorrir diante do absurdo comportamento dos nossos jogadores e treinadores.
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