Mais um jogo ruim: quando vão acabar as desculpas para preservar Neymar?
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Há sempre uma desculpa quando o assunto é Neymar.
A carreira que ele poderia ter tido não fossem as lesões. Os prêmios que poderia ter ganho não fosse a existência de Messi e Cristiano Ronaldo. O atleta que poderia ter sido não fossem os fatores extracampo.
Os problemas são sempre externos, aqueles que querem se aproveitar dele, quem o provoca, até as leis. Deixem o pobre menino rico em paz.
Por outro lado, tudo que ele toca vira ouro. Depois de sua apresentação no Santos, a equipe derrotou o São Paulo, sob o chamado "efeito Neymar". Ele nem sequer estava na Vila Belmiro — afinal, precisava descansar da viagem —, mas os colegas venceram imbuídos do seu espírito campeão.
Classificação e jogos
Esta foi, aliás, a última vitória do Peixe desde o retorno do Príncipe. Com ele em campo, o time ainda não marcou. Na estreia contra o Botafogo-SP, tomou o empate depois que o craque entrou no intervalo e não conseguiu retomar a liderança do placar mesmo com um a mais.
Mas era seu primeiro jogo.
Contra o Novorizontino, zero a zero, com 75 minutos do atacante como titular, errando tudo que tentou: dribles, desarmes, finalizações.
Mas estava calor.
Ontem, no clássico Alvinegro, quem brilhou foi Yuri Alberto. E Memphis Depay. E Garro.
Neymar chutou uma vez no gol para boa defesa de Hugo Souza e perdeu a bola 12 vezes, inclusive no lance que deu origem a um golaço do Timão, com bela assistência de Memphis para Yuri. Ah, ele deve ter sido perseguido em campo. O camisa 10 santista sofreu duas faltas na partida. Ah, certeza que o time piorou muito sem ele. Neymar foi substituído aos 22 do segundo tempo e o Santos diminuiu aos 33, com Guilherme.
Mas era um clássico fora de casa. Estava de noite. A bola é ruim. A torcida vaiou. Era lua cheia.
A única participação em gol de Neymar até agora foi no gol do Corinthians. Mesmo assim, as desculpas não cessam. Buscando números do jogo, deparei-me com esta daqui, em um site esportivo: "O astro até tentou muitas jogadas no duelo, mas esbarrou na falta de ritmo de jogo e no déficit de qualidade técnica exibido pelos companheiros, tendo uma atuação apagada." Ele tentou. O problema são os companheiros.
No futebol, sempre vai haver companheiros. E adversários. No caso do Brasil, os últimos são bem piores que os da Europa. Em vez de enfrentar Real Madrid, City, Bayern, Arsenal, Neymar agora tem a chance de brilhar contra Botafogo-SP, Novorizontino, Água Santa, Noroeste e, de vez em quando, um time bom como o Corinthians. Mas aí os coleguinhas são piores, então parem de exigir tanto. Ele já veio para o Brasil. Está se recuperando. Tenham paciência. Parem de persegui-lo.
A lição, conclui-se, deve ser esta aqui: Neymar é bom até quando é ruim, nada é culpa dele, cobrar desempenho de quem ganha milhões por semana é exagero e quem duvida é hater.
Apenas aceitem.
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