Bicicleta supera o carro como meio de transporte em Paris
A bicicleta superou o carro como meio de locomoção em Paris, de acordo com um estudo, que os colocam atrás do transporte público e da caminhada.
"Há dez anos, quem poderia prever que em Paris a bicicleta superaria o carro? Bem, nós ultrapassamos", disse nesta quinta-feira (11) o vereador para Mobilidade, David Belliard, na rede social X.
O estudo, realizado pelo IPR (Institut Paris Région), a pedido de instituições públicas e privadas, indica que "os parisienses usam mais bicicletas" quando se deslocam na capital "do que carros".
Com 11,2% e 4,3% respectivamente, ambos os modos de transporte ficam atrás da caminhada, a primeira com 53,5%, e do transporte público (30%), segundo o estudo.
A bicicleta também supera o carro no deslocamento entre Paris e os subúrbios mais próximos, com 14% contra 11,8%. O estudo também aponta que 66,1% dos cidadãos usam transporte público e 5,5% decidem caminhar.
Mas, fora de Paris, o carro prevalece nas viagens entre as diferentes partes da sua região, observa o relatório, que aponta para a "dependência do carro".
As autoridades promovem um plano para 200 quilômetros de linhas de metrô conhecido como Grand Paris Express, que busca ligar os subúrbios de Paris aos transportes públicos e inverter a tendência.
O estudo, realizado entre outubro de 2022 e abril de 2023, recolheu dados de 3.337 cidadãos da região entre os 16 e os 80 anos que aceitaram, entre outros, ser acompanhados por satélite durante uma semana.
Paris, governada pela prefeita socialista Anne Hidalgo, tem como uma das suas prioridades reduzir o espaço de carros em benefício dos pedestres e das bicicletas.
Em 2021, Paris tinha mais de mil quilômetros de instalações adaptadas para os ciclistas, incluindo mais de 300 quilômetros de pistas, mas o seu objetivo é ser uma cidade "100%" apta para as bicicletas até 2026.
Por ocasião dos Jogos Olímpicos, agendados para 26 de julho a 11 de agosto, as autoridades promoveram a construção de mais ciclovias para permitir o acesso de bicicleta às instalações olímpicas.
1 comentário
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Geraldo Iajuc do Amaral
A grande vantagem que Paris teve para chegar nisso é o relevo majoritariamente plano. Seria muito difícil conseguir a mesma coisa em uma cidade empirambeirada como São Paulo, por exemplo, que ainda ocupa uma área consideravelmente maior e, por isso, demanda deslocamentos muito mais longos entre a residência das pessoas e os locais de seus compromissos presenciais. Esse tipo de solução não se aplica a qualquer cidade, infelizmente. Aliás, se tem uma coisa que raramente se vê em São Paulo é gente se deslocando de bicicleta. O máximo que se vê é um bando de bem nascidos andando de bicicleta em ciclofaixas de bairros nobres, para se exercitar e emagrecer. Os pobres, que vêm de bairros periféricos distantes 30 ou 40 km de seu local trabalho, usam o transporte coletivo, ou carro. Essa cruzada contra carros em São Paulo prejudica os pobres. Os ricos, que moram em bairros bem localizados e próximos de seus compromissos, dependem menos de carro.