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Luísa Sonza exalta campanha contra assédio no Carnaval: "A gente tem voz"

Luísa Sonza durante apresentação no CarnaUOL 2020 em São Paulo - Felipe Gabriel/UOL
Luísa Sonza durante apresentação no CarnaUOL 2020 em São Paulo Imagem: Felipe Gabriel/UOL

Lola Ferreira

Colaboração para o UOL, no Rio

12/02/2020 12h00

Resumo da notícia

  • Cantora avalia como positivas as campanhas que pretendem prevenir o assédio contra mulheres no Carnaval
  • Em entrevista exclusiva ao UOL, Luísa diz que a festa é um ótimo momento para propor diálogo sobre o assunto
  • "Está na hora de a gente parar de questionar a importância do feminismo", avalia a artista

A cantora Luísa Sonza, 21, avalia como positivas as campanhas que pretendem prevenir o assédio contra mulheres no Carnaval. Com adesivos, faixas e até fantasias, mulheres têm ido às ruas pedir mais respeito e afirmar que "não é não". Em entrevista exclusiva ao UOL, Luísa diz que a festa é um ótimo momento para propor diálogo sobre o assunto.

"O diálogo é a saída para tudo, é a forma pela qual o ser humano vai aprender. O ser humano aprende vendo as ações e com o diálogo. Eu tenho certeza do tamanho da importância disso. E acho que teria que ser maior, a gente já está em 2020, deveria estar bem mais avançado", avalia.

Ainda assim, ela valoriza o que tem sido feito. "Quanto mais essas campanhas crescerem em nível mundial, nacional, que atinja cada vez mais gente até que tudo isso acabe. É um trabalho árduo, difícil, mas é dessa forma que a gente tem voz, é assim que a gente fala. Com essas campanhas, com o 'não é não', a gente consegue em poucas palavras dizer que o respeito é nosso direito."

O mesmo vale, de acordo com Luísa, para respeitar pessoas negras, indígenas e transgênero. Em tempos de discussões sobre uso indiscriminado de fantasias que ofendem determinadas pessoas, a cantora acha importante o momento de reflexão.

"Acho incrível, acho lindo que estão tomando consciência do seu lugar, lugar de fala, da representatividade. O respeito e a empatia sempre são bem-vindos na sociedade e, quanto mais a gente tiver respeito pela cultura dos outros, pela história dos outros e pela nossa história também, melhor, mais a gente vai conseguir conviver em harmonia e mais a gente vai conhecer o outro", opina.

Maratona no Carnaval

No Carnaval, Luísa Sonza terá uma maratona intensa de shows. Ela comanda o bloco Sonzeira em São Paulo, na avenida Berrini, e também estreia na Sapucaí, como convidada da escola de samba Grande Rio — na mesma noite, será uma das estrelas do Camarote CarnaUOL N1.

Para a cantora, se posicionar sobre assuntos como machismo, homofobia e racismo não é uma obrigação — nem da parte dela, nem do público. Luísa, com 16 milhões de seguidores, comenta esses temas da mesma forma como fazia na época da escola ou entre amigos. Ela diz acreditar que é seu papel "como pessoa, não como artista", mas adianta que não se renderia à pressão externa.

"Eu tenho minha personalidade, minhas ideais, gosto de trocar com o próximo, gosto de aprender. Acho que, quando a gente fala com o próximo, a gente está evoluindo. E eu sou uma pessoa em evolução como qualquer outra. A coisa que eu acredito, que eu posso ajudar de uma maneira positiva, eu falo."

Machismo no BBB

Quem acompanha a cantora nas redes já sabe que ela é uma das telespectadoras mais assíduas no BBB 20. A edição deste ano do reality está dominando as rodas de conversa, principalmente depois que as mulheres da casa se voltaram contra homens que haviam sido machistas com várias delas.

Para Luísa, essa discussão acontecer em um programa nacional é fundamental.

"Eu estou acompanhando de perto por causa do impacto que causou no Brasil, em rede nacional. O Brasil teve a chance de ver tudo o que aconteceu. E eles estão sendo gravados, eles sabem disso. Imagina as mulheres, o que a gente não vive? O que a gente já não viveu? A gente sabe que já. As pessoas poderem ver isso tão claramente é uma coisa que me deixou, obviamente, triste, porque é uma situação triste, mas me fez pensar: que bom que estão vendo e que lindo que as mulheres estão se unindo", avalia a cantora.

O feminismo, aliás, é um assunto que sempre vem à tona em entrevistas e posts da cantora em rede social. Com a "ajudinha" do BBB, ela acredita que futuramente o machismo possa deixar de existir.

"É triste, não deveria acontecer em pleno 2020, mas que bom que está acontecendo, melhor do que se nunca acontecesse, se a gente nunca se desse conta e tivesse que continuar a dizer que é importante o feminismo. Está na hora de a gente parar de questionar a importância do feminismo e só colocar isso como realidade e meta para todos nós, porque é bom para todo mundo", avalia.

Energia que transforma

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