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Meloxicam age contra dores: saiba para que serve e como tomar

Meloxicam ajuda contra artrite e outras dores; saiba para que serve - iStock
Meloxicam ajuda contra artrite e outras dores; saiba para que serve Imagem: iStock

Carol Firmino

Colaboração para VivaBem

04/10/2022 04h00

Dores nas costas, no joelho ou nos ombros? Milhões de pessoas no Brasil e no mundo vivem esses mesmos desconfortos, muitas vezes, de maneira crônica, com um quadro que pode evoluir para doenças graves. Para tratar pacientes nesse contexto, o meloxicam é ativo muito utilizado.

As suas propriedades anti-inflamatórias ajudam a diminuir sintomas de artrite reumatoide e osteoartrite, por exemplo, que envolvem dor e inflamação.

Entenda abaixo tudo sobre o meloxicam.

Meloxicam: para que serve, efeitos e mais

Para que serve o meloxicam?

O meloxicam é um remédio com propriedades anti-inflamatórias. Ele visa diminuir sintomas de artrite reumatoide e osteoartrite, por exemplo, que envolvem dor e inflamação.

Como tomar o meloxicam?

É indicado no tratamento da osteoartrite, em doses de 7,5 mg ao dia; e da artrite reumatoide, em doses de 15 mg, uma vez ao dia, dosagem que pode ser reduzida pela metade, conforme a resposta terapêutica.

O meloxicam também está disponível na forma injetável (15 mg/1,5 mL) para uso pela via intramuscular profunda. Ele deve ser tomado uma vez ao dia, de preferência próximo a alguma refeição.

Quais são os possíveis efeitos colaterais do meloxicam?

Os mais frequentes são epigastralgia, dor abdominal, náuseas, vômitos e cefaleia; os menos frequentes são tontura, rubor facial, constipação, flatulências, gastrite, hemorragias do trato gastrointestinal, edema, alterações de humor, e aumento na pressão sanguínea.

Qual é a composição do meloxicam?

Ele é um agente farmacológico que pertence ao grupo dos AINEs (anti-inflamatórios não esteroidais), quimicamente classificado como parte dos "oxicams".

Entre os representantes de seu grupo químico, o meloxicam possui maior atividade inibitória da enzima ciclooxigense 2 (COX-2), comparado ao diclofenaco, o ibuprofeno, o naproxeno, a indometacina, a nimesulida e o piroxicam.

De que forma o meloxicam age no organismo?

Ele inibe a biossíntese de prostaglandinas (sinais químicos celulares lipídicos similares a hormônios, mas que não entram na corrente sanguínea, apenas nas células) mais intensamente no local da inflamação do que na mucosa gástrica ou nos rins.

Ou seja, ele bloqueia a síntese de algumas substâncias que ativam e sensibilizam o sistema nervoso. Sua absorção no organismo acontece de forma rápida e eficaz após a administração por via oral.

Quando usar o meloxicam?

Em quadros agudos de dor, processos inflamatórios, osteoartrites, artrite reumatoide e algumas síndromes dolorosas.

O que deve ser ponto de atenção no uso do meloxicam?

Assim como outros anti-inflamatórios não-esteroidais, é necessário ter cautela ao administrar o medicamento em pacientes com antecedentes de alterações no trato gastrointestinal ou sob tratamento com anticoagulantes, que devem ter esse uso monitorado.

O tratamento deve ser interrompido se houver úlcera péptica ou sangramento, ulceração ou perfuração gastrointestinais. Essas consequências são mais graves em pacientes idosos.

Quais são as contraindicações para uso do meloxicam?

Não deve ser utilizado em pacientes que tenham apresentado hipersensibilidade ao medicamento ou à sua fórmula, bem como naqueles que já tiveram asma, pólipos nasais, angioedema ou urticária após uso de ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios não-esteroidais.

Em casos de úlcera péptica ativa, insuficiência hepática ou renal graves e não-dialisadas, hemorragias digestivas, cerebrais ou de qualquer outro tipo, o meloxicam é contraindicado. Gestantes, lactantes, pessoas com doenças inflamatórias intestinais (como a doença de Chron) e alteração da coagulação sanguínea também não devem utilizar.

O meloxicam tem interações com medicamentos, exames e alimentos?

Ele pode interagir com medicações anti-inflamatórias esteroidais (corticoides), anticoagulantes orais, trombolíticos, antiagregantes plaquetários e alguns anti-hipertensivos.

Nos exames laboratoriais, variações na prova de função renal e hepática podem aparecer durante o uso da medicação; pode alterar também a contagem de células sanguíneas.

Não há relatos de interação com alimentos.

Quais são as vantagens e desvantagens do meloxicam?

A principal vantagem é que a substância não ocasiona dependência física ou psíquica, e seu uso em altas doses não provoca depressão respiratória.

Já a desvantagem é a possibilidade de automedicação, lembrando que o meloxicam é uma medicação anti-inflamatória, por isso não deve ser utilizada de forma contínua, por causa dos efeitos adversos na mucosa gástrica e no funcionamento renal.

O que acontece se o tratamento for interrompido?

Todos os medicamentos devem ser usados conforme orientação medica. A suspensão abrupta do meloxicam pode piorar o quadro inflamatório do paciente.

Fontes

Antonilêni F. D. Medeiros Melo, doutora em produtos naturais e sintéticos bioativos pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba), coordenadora do curso de farmácia do Unipê (Centro Universitário de João Pessoa); Esthael Avelar, anestesiologista com residência em dor na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e especialista em dor da Clínica Atualli; Rodrigo Luiz Vetorazzi, ortopedista e coordenador da ortopedia do Hospital Albert Sabin de São Paulo; e Tercio Manoel de Vasconcelos Silva, médico pela UFCG (Universidade Federal de Campina Grande) e ortopedista do curso de medicina do Unipê.