Taise Spolti

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Síndrome do Edifício Doente: nem tudo que você tem é gripe! Fique atento

Frio, chuva, janelas de casa fechadas, escritórios, trens e ônibus sem ventilação. Tudo isso é propício para falarmos de gripes e resfriados. Mas saiba que, infelizmente, esse pode ser o menor dos problemas.

Em grandes centros e cidades, onde construções são mais antigas e o fluxo de pessoas por metro quadrado é ainda maior, com o frio e a umidade, é normal que muitas pessoas tenham sintomas de resfriados, mas a causa pode ser a Síndrome do Edifício Doente, uma realidade preocupante —que pode acontecer também em casas, não só em prédios.

A Síndrome do Edifício Doente (SED) começou a ser reconhecida na década de 1970, quando a construção de edifícios hermeticamente fechados e altamente eficientes em termos de energia se tornou mais comum. A preocupação com a eficiência energética levou à criação de prédios com ventilação reduzida, o que resultou em menor renovação do ar interno e, obviamente, aumento da concentração de poluentes.

Os multifatores que contribuem para a síndrome são diversos e, hoje em dia, ela é cada vez mais presente e mal-interpretada. Afinal, é muito comum apresentarmos certos sintomas e tratar como "gripes", "resfriados" ou "alergias", mas sem buscar um diagnóstico definitivo.

Os primeiros estudos sobre a SED surgiram a partir de relatos de trabalhadores em edifícios de escritórios que começaram a apresentar sintomas como dores de cabeça, irritações nos olhos, nariz e garganta, fadiga e dificuldades de concentração. Esses sintomas eram geralmente aliviados quando os indivíduos deixavam o ambiente de trabalho e, veja bem, isso ainda é tão comum hoje em dia —provavelmente, você conhece alguém que sofre o mesmo problema, caso não aconteça com você.

Tanto é verdade sobre essas condições que, em 1984, a OMS reconheceu a Síndrome do Edifício Doente como uma condição de saúde pública, estimando que até 30% dos novos e remodelados edifícios ao redor do mundo poderiam estar sujeitos a problemas de qualidade do ar interno.

Afinal, o que é?

É uma condição em que os ocupantes de um edifício experimentam problemas de saúde e desconfortos típicos de resfriados e alergias, mas sem uma causa específica identificável. Esses sintomas geralmente diminuem ou desaparecem quando a pessoa deixa o edifício ou a casa em que se encontra.

O que pode contribuir?

Falta de renovação do ar interno pode levar ao acúmulo de poluentes, produtos de limpeza, tintas, mobiliário, carpetes e até mesmo equipamentos eletrônicos podem liberar compostos orgânicos voláteis (VOCs) e outras substâncias nocivas que se acumulam nos espaços internos.

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Mofo, umidade, bolor: a umidade excessiva pode levar ao crescimento de mofo, que libera esporos e micotoxinas no ar. Bactérias, vírus e ácaros também podem se proliferar em ambientes fechados mal ventilados.

Os sintomas comuns da SED são muito bem conhecidos pela população, o que torna difícil o diagnóstico, como falado anteriormente. Os sinais comuns são:

  • Dores de cabeça
  • Tonturas
  • Náuseas
  • Irritação nos olhos, nariz e garganta
  • Pele seca ou com coceira
  • Fadiga
  • Dificuldades de concentração
  • Alergias e reações asmáticas.

Como é o tratamento

O tratamento individualizado envolve a saída do paciente do prédio, de imediato, e então o inicio do tratamento dos sintomas, como forma de amenizar os desconfortos.

Em paralelo a isso, deve ser feita a correta inspeção e tratamento do prédio ou da casa, envolvendo: melhora da ventilação, medição do ar interno, manutenção do sistema HVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado), troca de filtros, purificadores de ar, controle de umidade interna para evitar crescimento de mofo.

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Um dos importantes pontos aqui que você deve ficar atento são sinais de bolor que a casa alugada ou o edifício que você está apresenta, principalmente após enchentes ou infiltrações.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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