Diabetes tipo 5: entenda nova classificação e diferenças para outros tipos
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Você deve ter lido ou escutado nas últimas semanas sobre uma nova classificação do diabetes, o do tipo 5. A condição não é recente nem foi descoberta só agora, mas apenas este mês foi reconhecida como deveria pela IDF (Federação Internacional de Diabetes).
O diabetes tipo 5 (DM5) está relacionado à desnutrição e ocorre principalmente em regiões mais pobres, em que predominam principalmente a desnutrição proteica. A doença afeta geralmente jovens e, atualmente, atinge cerca de 25 milhões de pessoas.
Diferenças entre os tipos 1, 2 e 5
Diabetes tipo 5 É caracterizado pela desnutrição, com deficiência severa de insulina;
Diabetes tipo 2 Há resistência à insulina —as células do corpo não respondem corretamente à ação do hormônio que "leva" o açúcar da corrente sanguínea para dentro das células;
Diabetes tipo 1 O sistema imunológico destrói as células produtoras de insulina, gerando uma deficiência absoluta na produção do hormônio.
O que torna o diabetes tipo 5 tão distinto é o fato de que há uma deficiência severa da insulina no corpo, mas não há resistência. Sendo assim, uma possibilidade de tratamento é a medicação, já que o corpo responde bem quando há insulina circulante.
Como ocorre essa deficiência?
Algumas das informações dadas após o estudo dessa nova classificação aponta que a desnutrição crônica, principalmente na infância, possa causar uma adaptação e então deficiência pancreática. Sem reversão ao longo da vida, o desafio é a medicação e os manejos da alimentação.
Um dado interessante a se correlacionar usando a análise genética é o polimorfismo do HNF1A:
Um polimorfismo genético clássico relacionado à deficiência progressiva de insulina ao longo da vida, o polimorfismo do gene HNF1A (Hepatocyte Nuclear Factor 1 Alpha), que reduz a expressão de genes reguladores da secreção de insulina, como GLUT2 e outros transportadores de glicose no pâncreas, e que leva a progressão dessa deficiência de insulina ao longo da vida. A condição está reconhecidamente atrelada ao diabetes monogênico do jovem tipo 3, mas que é uma possibilidade de estudo genéticos no caso do diabetes tipo 5, partindo da desnutrição da mulher enquanto gestante.
Essa condição genética pode afetar muitos adultos jovens, sem que saibam. Os indivíduos com esse polimorfismo podem apresentar hiperglicemia progressiva desde a adolescência ou início da idade adulta, sem autoanticorpos (como no diabetes tipo 1) e sem obesidade (como no diabetes tipo 2).
É claro que, mesmo que no início e com a criação de um grupo de pesquisa para desenvolvimento de diretrizes para o diabetes tipo 5, é importante ficarmos atentos ao fato de que a doença, em suas diversas classificações, gera um grande impacto global, tanto na saúde quando financeiro.
O adoecimento de uma população com doenças crônicas não transmissíveis, ou seja, doenças metabólicas, como o diabetes, acarreta em custos de longo prazo, assim como na qualidade de vida das pessoas que permanecerão com a doença durante toda a vida. Avalie sua saúde periodicamente com seu médico.
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