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Inédito: como criação de rato com 2 pais pode mudar os rumos da reprodução

Descoberta com ratos pode em breve mudar a reprodução humana - Peter Ilicciev/Fiocruz Imagens
Descoberta com ratos pode em breve mudar a reprodução humana Imagem: Peter Ilicciev/Fiocruz Imagens

09/03/2023 10h24

Um grupo de cientistas conseguiu criar óvulos de ratos a partir de ratos machos, um desenvolvimento que abre novas possibilidades radicais de reprodução, de acordo com reportagem publicada ontem pelo The Guardian. O avanço pode abrir caminho para tratamentos de formas graves de infertilidade, além de poder ser um passo para possibilitar futuramente que casais do mesmo sexo tenham um filho biológico.

"Este é o primeiro caso de produção de ovócitos robustos de mamíferos a partir de células masculinas", disse Katsuhiko Hayashi, que liderou o trabalho na Universidade de Kyushu, no Japão. O cientista é reconhecido internacionalmente como pioneiro no campo da cultura de óvulos e espermatozoides em laboratório. Ovócitos, ou óvulos, são as células reprodutivas femininas.

O cientista afirmou que sua pesquisa, ainda não publicada em revista científica, está em um estágio muito inicial, que os óvulos são de baixa qualidade e que a técnica ainda não pode ser usada com segurança em humanos nesta fase.

Quando será a vez dos humanos?

Hayasgu prevê que dentro de uma década será tecnicamente possível criar um óvulo humano viável a partir de uma célula da pele masculina.

Outros especialistas sugeriram que essa previsão pode ser otimista demais, já que os cientistas ainda precisam criar óvulos humanos viáveis cultivados em laboratório a partir de células femininas.

Cientistas já haviam criado ratos que tinham dois pais biológicos por meio de uma elaborada cadeia de etapas, incluindo engenharia genética. No entanto, esta é a primeira vez que óvulos viáveis são cultivados a partir de células masculinas.

A equipe de Hayashi agora está tentando replicar essa descoberta com células humanas, embora haja obstáculos significativos para o uso de óvulos cultivados em laboratório para fins clínicos.