Como é voar na Polaris, a classe mais exclusiva da United Airlines

Em todos os voos diários saindo de São Paulo para Nova York, Chicago, Washington e Houston, e também na rota Rio de Janeiro-Houston, a United Airlines oferece a classe executiva Polaris, com o melhor que a companhia aérea americana tem a oferecer em termos de conforto. Nossa recebeu um convite para conhecer o serviço em um voo São Paulo-Washington e conta em detalhes como foi a experiência.

O embarque

Além do despacho de até duas malas de 32 kg cada, o bilhete na classe Polaris dá direito a embarque prioritário. É uma nítida vantagem para quem não gosta de ficar na fila esperando e prefere entrar no avião quando ele ainda está vazio, o que dá mais tempo e tranquilidade para guardar a bagagem de mão e se acomodar.

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Imagem: Felipe Van Deursen

Mas há limitações. Como tudo nessa vida, se você é VIP logo descobre que existem os VIP+. Como no nosso voo também estava o presidente do Paraguai, Santiago Peña, ele e sua comitiva embarcaram antes.

Além disso, não custa lembrar, o privilégio é limitado por fatores externos. Uma pessoa na fila do embarque prioritário estava reclamando do atraso, porque a aeronave estava sendo abastecida.

É evidente que, se houver alguma questão técnica no avião ou aeroporto, você precisa esperar, assim como todo mundo na classe econômica. É o velho caso da Ferrari parada no congestionamento.

A cabine

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Imagem: Felipe Van Deursen

A cabine do Boeing 767-400ER estava como nova. Todos os assentos da classe Polaris são únicos, ou seja, não tem ninguém imediatamente ao seu lado. Os mimos que ganhamos no voo estavam ordenados e plastificados sobre o banco, como presentes de Natal à espera de um embrulho.

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Imagem: Felipe Van Deursen

Uma tacinha de espumante dá as boas-vindas a bordo. O abajur individual e a tela de 16 polegadas, grande para uma tevezinha de avião, aumentam a sensação de conforto. A programação disponível é bem servida e atualizada, com lançamentos que estavam no cinema até poucos meses atrás.

A navegação na tela sensível ao toque, porém, às vezes falha. Pode acontecer de você estar tentando embalar o sono com uma trilha de sons de natureza, ser interrompido por algum anúncio do comandante e a programação não voltar em seguida automaticamente. Então, é preciso religá-la com o controle remoto.

O serviço

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Imagem: Felipe Van Deursen

O jantar é farto e a comida, fresca. No voo de ida, o menu tem inspiração brasileira. Salada e frango grelhado de entrada, filé mignon com arroz biro-biro no prato principal e brigadeiros sortidos de sobremesa. Há opções vegetarianas e peixe, frango ou massa no principal. Para beber, vinhos (tinto ou branco), cerveja, sucos, refrigerantes ou água. No voo da volta, destaque para os frutos do mar, como salmão com aspargos.

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Diferentemente do espumante de boas-vindas, que vem num copo plástico, o serviço no jantar nos faz imaginar como era viajar de avião antigamente, quando tudo era mais luxuoso. Como é de se esperar na classe mais exclusiva, há toalha de mesa, guardanapo de tecido, talheres de metal, copos de vidro. Até o sal e os temperos vêm em compartimentos próprios, não naqueles miseráveis sachês.

Ao longo do voo, os comissários oferecem também cestas de frutas e lanchinhos doces e salgados. No café da manhã, a omelete de queijo dá uma forrada antes de encarar a sempre estressante fila da imigração nos Estados Unidos.

O sono

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Imagem: Felipe Van Deursen

O assento inclinado a 180º ajuda, mas não faz milagre. É claro que é muito melhor do que tentar dormir nas latas de sardinha comuns nas classes econômicas, mas ainda assim está longe de ser uma cama.

Nem é preciso ser alto para sentir os pés batendo no fundo do assento. Por isso, os acessórios oferecidos são importantes para quem deseja uma boa noite de sono.

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Os fones com isolamento de ruído ajudam um pouco e a máscara de dormir é ótima. Tem ainda travesseiro e manta da grife Saks Fifth Avenue. Feita de plástico reciclado, ela foi criada pela estilista camaronesa Claude Kameni.

As roupas de cama exclusiva da Polaris foram lançadas em 2023, assim como o kit de amenidades com produtos da marca Therabody. A pochete vem com sérum para os olhos, spray facial, creminho para as mãos e lenço para limpeza de pele. O spray facial é revigorante para as longas horas de exposição da pele ao ar-condicionado.

O lounge

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Imagem: Felipe Van Deursen

Na volta de Washington, passageiros da classe Polaris têm um ótimo motivo para chegar cedo ao Aeroporto Dulles. O enorme lounge da United, disponível também em Chicago (momentaneamente fechado para reforma), Houston, Nova York, Los Angeles, Denver e São Francisco, tem uma série de atrativos.

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Imagem: Felipe Van Deursen

Há ambientes relaxantes, com sofás-camas e iluminação reduzida, e outros mais intimistas, bons para ler ou ficar à toa. Também há mesinhas para quem estiver no pique (ou na necessidade) de trabalhar.

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Do lindo e iluminado balcão do bar saem coquetéis e ótimos chopes de cervejarias locais — não há espaço para marcas globais e genéricas. O bufê tem comidinhas para quem quiser só beliscar, mas também garante uma refeição completa.

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Imagem: Felipe Van Deursen

Porém, se a ideia for comer bem, vá direto para o restaurante à la carte. O camarão grelhado com queijo feta é uma boa pedida para deixar espaço para jantar durante o voo.

Por fim, tomar um banho pode ser uma boa, especialmente numa cabine que é maior e mais bonita do que muito banheiro de hotel três estrelas por aí. Vale a pena para dar aquela revigorada.

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Imagem: Felipe Van Deursen

Uma voltinha no aeroporto

Para fãs de aeroportos, o Dulles tem algumas características únicas. Inaugurado em 1962, foi projetado pelo arquiteto de origem finlandesa Eero Saarinen. A revista do Instituto Americano de Arquitetos chegou a classificá-lo, em 1986, como o "aeroporto mais bonito do mundo", com suas linhas que sugerem uma ave alçando voo.

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Imagem: Felipe Van Deursen

O mais peculiar são os chamados mobile lounges, veículos que parecem saídos de uma ficção científica antiga. Mistura de ônibus com vagão de metrô, eles ligam o único terminal a alguns saguões. Nos anos 1960, os passageiros caminhavam apenas 60 metros até se sentarem no lounge, que os levava diretamente à aeronave.

Com o advento das pontes telescópicas, mais conhecidas como fingers ou pontes de embarque, inovações do tipo caíram em desuso. Mas ainda há 19 mobile lounges e 30 plane mates, uma versão um pouco mais moderna, em funcionamento no Dulles. Mesmo que seu voo não utilize o serviço, é possível vê-los em ação ao embarcar ou desembarcar.

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