Vitória no Gre-Nal marca reação de Medina e esperança renovada no Inter
Não apenas três pontos, não apenas a classificação ou bater o rival. A vitória do Inter por 1 a 0 sobre o Grêmio, ontem (9), pelo Gauchão, renovou a esperança no time de Alexander Medina, que pela primeira vez mostrou o rendimento que se esperava dele.
Até então, Colorado se questionava se o futebol de intensidade e força que motivou a chegada do treinador iria aparecer. Jogo após jogo, o rendimento aquém do esperado ganhava justificativas, mas preocupava. Tanto que o time foi eliminado da Copa do Brasil pelo Globo-RN — o que fez a diretoria realizar longa reunião para debater a continuação ou não do treinador uruguaio — e chegou a ficar fora por um tempo da zona de classificação para a próxima fase do Estadual.
Mas, diante do Grêmio, o que se esperava finalmente aconteceu. O Inter marcou em cima, lutou por cada palmo do campo, arrancou elogios do comando técnico e jogou luz para um caminho de nova fase.
"Hoje gostei muito do jogo, mas não ficaremos só nisso. Seguimos conversando para ter mais variantes dentro do plantel e definitivamente foi muito positivo o jogo hoje", explicou Medina.
A fórmula da evolução teve confiança e fortalecimento da relação entre jogadores e direção. O grupo mostrou uma boa relação com o técnico e, com portas fechadas, montou o ambiente para seguir em evolução. A meta, agora, é fazer o novo momento se refletir na torcida.
"O clima sempre foi muito bom entre nós. O que não estávamos conseguindo foram resultados e rendimentos. Contra o Aimoré, tivemos melhoras. Eu, como treinador, não gosto que a torcida esteja contra nossos jogadores. Isso pressiona mais em momentos complicados. Estamos em um processo de muito tempo, ainda mais com o que passou com o Globo. Mas começamos hoje a ter boas atuações e resultados. E isso vai mudando o ambiente. Tomara que no próximo jogo no Beira-Rio, os jogadores sejam aplaudidos desde o primeiro minuto. Isso vai favorecer o nosso jogo. Trabalhamos a parte psicológica do grupo. Eles são capazes de mudar essa imagem. Moisés, Edenilson, Cuesta, todos foram muito bem. Queremos que isso seja o início de uma aproximação entre torcida e jogadores", afirmou o técnico.
Em campo, o reflexo do novo caminho pareceu evidente. O Inter estabilizou sua saída de bola com a parceria entre Gabriel e Liziero, contou com acréscimo de qualidade de Bustos pela direita, que também fez crescer o rendimento de Maurício. Por ali surgiram as principais chances do time.
Também mudou o posicionamento de Edenilson, que deixou de jogar pela direita e ficou centralizado. Taison, que antes jogava pelo meio, atuou aberto pela esquerda. E o centroavante não foi um jogador de contato físico, mas David, que marcou seu segundo gol nos dois últimos jogos.
As jogadas surgiram naturalmente e duraram enquanto o fôlego da equipe aguentou tamanha intensidade, arrancando uma série de elogios do comando técnico.
"Incrivelmente, em um jogo duro e complicado, porque Gre-Nal é sempre difícil em todos os aspectos, conseguimos nosso melhor jogo. Em futebol, físico, em tudo. Isso mostra que eles têm capacidade também. E eu dei confiança. Minha função é dar confiança, tranquilidade. Quando o time perde, os jogadores olham para o treinador, e se o treinador não acredita, quem irá acreditar? Nós insistimos desde janeiro em uma ideia macro de jogo, não teria como mudar agora. O treinador não pode estar nervoso, senão coloca nervoso o grupo de jogadores também. Eu acredito que dei tranquilidade para que executem o que fizeram, e isso mostra que temos material, temos bons jogadores", acrescentou.
Outro ponto importante é conseguir fazer o rendimento contra o Grêmio se repetir em jogos "menos decisivos". "É um desafio que temos pela frente", completou o treinador.
O próximo jogo do Inter será no sábado (12), contra o Guarany de Bagé, na última rodada da primeira fase do Gauchão. O Colorado está classificado às semifinais do Estadual.
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