Flamengo derruba narrativas corintianas com terceira eliminação seguida
Em pouco mais de dois anos, o Flamengo bateu o Corinthians pela terceira vez em mata-matas, sendo duas pela Copa do Brasil e uma pela Libertadores. O time alvinegro não foi capaz de fazer nenhum gol no rival jogando na Neo Química Arena nos três confrontos eliminatórios.
Essa diferença entre os times - e a ineficiência corintiana - ficou ainda mais gritante em um jogo em que o Flamengo atuou por mais de 60 minutos com um a menos após a expulsão de Bruno Henrique.
A partida na Neo Química Arena tinha, mais uma vez, uma promessa de clima hostil como dito pelo lateral direito alvinegro Matheuzinho. Soltaram fogos próximo ao hotel rubro-negro, um clichê de todas as torcidas, e problemas no vestiário com som alto com músicas alvinegras. Algo meio varzeano como as bolas murchas em jogo do Brasileiro.
Quando o jogo começou, no entanto, o Corinthians até era um pouco mais presente no ataque, mas sofria para exercer pressão real sobre o Flamengo. Foi o time carioca que teve um gol anulado pelo VAR (no milímetro) e que teve um ataque de Arrascaeta parado por falta de Gustavo Henrique quando o uruguaio se dirigia ao gol. Havia ali uma discussão sobre a cor do cartão, se amarelo ou vermelho. A decisão de Daronco é aceitável, embora a cobertura estivesse longe.
Até que Bruno Henrique foi justamente expulso por um chute na cara de Matheuzinho. Sem discussão, vestiário para ele.
Faltou ao árbitro Anderson Daronco aplicar o mesmo rigor em lances de cartões amarelos, como a agarrada de Martinez em Gerson ou as simulações de pênalti de Rodrigo Garro e Yuri Alberto.
Filipe Luis optou por uma substituição rápida com a entrada do zagueiro Fabrício Bruno no lugar de Gabigol. O objetivo era fazer uma linha de cinco atrás e impedir as jogadas pelas laterais de Talles Magno e Matheuzinho. O clima hostil tendia a aquecer.
Mas a realidade é que, com um menos, o Flamengo passou a controlar mais os ataques do Corinthians, embora também não atacasse muito. Inicia-se ali um atuação soberba de Gerson. Aparentemente depauperado por uma doença, jogou como um meio-campista que entende todos os aspectos do jogo, seu ritmo, suas necessidades.
A volta para o segundo tempo não foi boa para o Corinthians. Yuri Alberto acertou um belo chute que obrigou defesa de Rossi e ainda esteve na área para outras duas conclusões. Mas o time alvinegro criava pouco para quem tinha um a mais.
Ao final do jogo, foram 14 arremates contra o gol rubro-negro, sendo seis na direção certa. Pouco para um time que jogou mais de dois terços do tempo com um a mais. O técnico Ramón Díaz parece carecer de ideias ofensivas além das jogadas pelas laterais para conclusões na área no abafa. O Corinthians tem uma das folhas mais caras do país e joga um futebol paupérrimo, ainda tentando escapar da zona de rebaixamento.
Tanto que, quando o Flamengo teve Alcaraz no meio, passou inclusive a controlar mais a bola. Nos 90 minutos, o Corinthians teve em torno de 60% de posse de bola, sendo 65% no segundo tempo. Pouco para quem tinha um jogador a mais.
Na arquibancada, pelo menos da TV, só se ouvia a torcida do Flamengo. Como todas as torcidas no Brasil, quase sem exceção, a corintiana não conseguiu resistir a falta de desempenho do time. É normal, e aceitável, só não se encaixa com a narrativa da torcida que não para nunca. Parou.
Gerson passou a tocar a bola de lado e desfilar em campo. Não se sentia hostilizado, parecia estar em um parque com os filhos, talvez na Disneylândia.
O Corinthians não foi heroico, sua torcida não proporcionou um clima hostil, não houve nenhum erro de arbitragem contra o time, que caiu jogando com um a mais em casa. A realidade é que os gastos irresponsáveis da diretoria foram insuficientes para fazer a agremiação brigar contra as principais equipes do país, não importa o quanto a narrativa panglossiana tente forçar um mundo paralelo.
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