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Primeiro grande desafio de Bap não é o estádio, mas o resultado do futebol

A decisão de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, de tentar alongar o período combinado para a construção do estádio do Flamengo era a pedra mais cantada dos rubro-negros que acompanharam atentamente o período pré-eleitoral do clube.

É uma decisão muito mais sensata que a ação de seu antecessor Rodolfo Landim, que fez tudo no afogadilho, na esperança de que a compra do terreno do Gasômetro fosse a bala de prata que o manteria no poder, através da eleição de seu vice Rodrigo Dunshee de Abranches. Revelou-se, porém, um tiro n'água.

- Ainda não há nem sequer um estudo sério de viabilidade econômica e financeira para o estádio - ressaltou Bap, na entrevista coletiva dada antes de sua posse.

Fato é que, desde sempre, o presidente eleito nunca foi a favor da construção do estádio a curto prazo. Em conversas com sócios, quando em campanha, chegou a dizer que, no seu modo de ver, deveria ser um plano para daqui a oito anos - declaração que depois tentou negar, quando começaram a surgir versões da situação de que ele "era contra o estádio".

Ainda em sua entrevista coletiva, Bap fez questão de dizer que não queria repetir os erros do São Paulo (que ficou em seca de títulos, durante a construção do Morumbis) ou do Corinthians (que até hoje está encalacrado com a dívida da Neo Quimica). Preocupação louvável e inteligente.

Até porque nestes seus primeiros três anos de mandato se o futebol não performar bem, não haverá o segundo, pois Landim, com certeza, voltará candidato contra ele, quando tentar a reeleição. E virá, falando no estádio e brandindo as suas 13 conquistas, a maioria justamente no primeiro triênio.

Ei-las: um tricampeonato carioca (19/20/21), uma Libertadores (19), um bicampeonato brasileiro (19/20), um bicampeonato da Supercopa (20/21) e uma Recopa sul-americana (20).

Nos últimos três anos, a fonte começou a secar, ainda que viesse mais uma Libertadores (2022), duas Copas do Brasil (22/24) e mais um Estadual (24). Mas veio também um ano de seca absoluta sem levantar nem sequer um caneco (2023).

Se "a bola entrar", como se diz no jargão do futebol, o atraso na construção do estádio será digerido sem grandes problemas. Se, entretanto, isso não acontecer, não haverá obra em estádio que o salve.

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O futuro de Bap, como presidente, e do próprio Flamengo no triênio que vem por aí está, portanto, nas mãos de José Boto e Filipe Luís. Que eles possam se entender bem e a mágica da reta final da última temporada continue. É este o sonho de todos os rubro-negros.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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