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OpiniãoEsporte

Filipe precisa usar menos 'Brunos Henriques' e mais os garotos da base

O Flamengo venceu o time misto do Bahia, jogando vinte, no máximo trinta minutos de bom futebol.

Foi quando pressionou a saída de bola do adversário e criou boas jogadas, a melhor delas concluída com uma cabeçada de Arrascaeta (sempre ele) para o fundo da rede, no solitário gol do confronto.

A partir daí, a equipe rubro-negra cansou e, não fosse mais uma grande defesa de Rossi em finalização de Kayky, o primeiro tempo poderia ter terminado empatado. Jogava mal o Flamengo? Seria exagero dizer que sim. Mas perdeu o élan, o viço. Virou um time normal. Acessível até a uma equipe rival cheia de reservas.

É verdade que perdeu também, ainda no primeiro tempo, seus dois volantes: Allan e Pulgar, ambos sentindo contusões musculares. E Filipe demorou a mexer além deles. Pedro, por exemplo, já deveria ter entrado no intervalo.

Bruno Henrique, de novo, teve atuação apagadíssima, como centroavante - desde que estourou o escândalo de suas conversas por zap com seu irmão apostador, não balançou mais a rede, nem jogou bem. Está nitidamente abalado.

Na coletiva pós-jogo, perguntado sobre isso, Filipe chegou a sorrir ironicamente, dizendo que o camisa 27 realizara uma partida excepcional. "Só não fez o gol", pontuou, numa defesa do jogador e de sua escolha, ao deixar Pedro no banco.

Ora, mas qual é a função principal de um centroavante? Fazer gols! Se entrar apenas para marcar, vigorosamente, a saída de bola rival, que se escolha então um garoto da base, como Wallace Yan, que terá muito mais fôlego e ainda será capaz de balançar a rede.

A dificuldade de usar mais os jovens, que comandou na conquista do título mundial no ano passado, é algo incompreensível. O próprio técnico já se desmanchou em elogios ao zagueiro João Victor, ao volante Pablo Lúcio, ao meia Joshua e ao centroavante Wallace Yan. Por que não estão sendo mais usados, no rodízio de minutagem que ele tanto preza? Por que insistir com jogadores que não estão rendendo mais, como Bruno Henrique?

Este é o grande enigma e o grande desafio que Filipe Luís enfrenta neste momento de tantas oscilações. É preciso ousadia. A garotada oferece saídas e soluções. Se ficar preso aos veteranos, o jovem treinador pode ver empacar a carreira que começou tão promissora. Coragem, apóstolo! Até porque Jesus está na pista.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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