Julio Gomes

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ReportagemEsporte

Portuguesa reúne conselho na quarta-feira e avança em direção à SAF

A Portuguesa corre contra o tempo. Não tem diretor, técnico ou jogadores para um ano decisivo na história do clube, com Campeonato Paulista e a volta à Série D. As coisas ficam ainda mais graves pelo fato de o Paulistão poder começar logo na primeira semana de janeiro, como quer a CBF. Diante deste cenário caótico e com uma proposta de se transformar em SAF em mãos, foi marcada para quarta-feira a reunião do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização), o primeiro passo institucional para a celebração do acordo.

A informação foi confirmada ao UOL pelo presidente do COF, José Gonçalves Ribeiro, nesta sexta-feira. O COF recebeu o "Acordo de Investimento" na última terça e encomendou um estudo sobre a proposta para um escritório de advocacia - o mesmo que foi utilizado pelo Cruzeiro três anos atrás, especializado em SAFs. "O escritório nos pediu sete dias úteis, mas conseguimos reduzir este prazo para três. Eles nos prometeram um parecer na primeira hora da segunda-feira", explicou Ribeiro.

Com o parecer técnico em mãos, o COF se reunirá e fará um parecer próprio para o Conselho Deliberativo, recomendando a assinatura do acordo, a não assinatura do acordo ou a assinatura, mas com algumas ressalvas contratuais. O parecer do COF não tem efeitos estatutários para a decisão do Conselho, mas costuma ser uma arma política importante. Há opositores ao projeto dentro da Portuguesa, ainda que a esmagadora maioria dos torcedores tenha se manifestado de forma favorável ao acordo para salvar as finanças e o futuro do futebol do clube.

"No COF, não há política", promete Ribeiro. "O COF tem se pautado para cumprir os prazos e a legalidade. O que for bom para a Portuguesa, é bom para mim. Essa foi a primeira proposta de verdade que chegou, antes disso só veio conversa. Evidente que todo contrato precisa de ajustes, mas o COF tem todo o interesse de que a coisa caminhe, desde com o mínimo de segurança para a Portuguesa. Que a Portuguesa não se torne só um local de eventos ou qualquer outra coisa, queremos só garantir que o contrato seja seguro para a Portuguesa continuar existindo e garantir que o dinheiro seja investido no futebol primeiro e, posteriormente, no pagamento das dívidas".

A proposta foi apresentada pela Tauá Partners junto com a Revee e a XP Investimentos, como garantidora financeira. É estimado um investimento de R$ 1 bilhão, com a quitação das dívidas do clube, a construção de uma nova arena, com preservação da memória histórica do clube (museu) e uso do espaço físico para outros empreendimentos, além da profissionalização de todo o Futebol - o plano é ambicioso e prevê um retorno à Série A do Brasileiro em cinco anos.

Esta coluna apurou que os investidores ficaram "animados" com a marcação da reunião do COF para quarta e da reunião do Conselho Deliberativo já para a quinta-feira, um dia depois de o COF emitir seu parecer. Os investidores ficaram muito satisfeitos com o que chamaram de "celeridade" da Portuguesa em marcar as reuniões e estão "muito otimistas" com a possibilidade de aprovações nos Conselhos do clube. Eles esperam a rápida aprovação para montar um time competitivo para o Campeonato Paulista.

Ribeiro, hoje presidente do COF e há mais de 40 anos envolvido com o clube, diz que "alguma coisa precisa ser feita e a SAF é uma saída, não vejo outra". E apenas reitera a necessidade de segurança contratual para a Portuguesa. "Nós podemos ser lembrados de forma positiva ou negativa, por isso precisamos tomar todos os cuidados. Podemos ser lembrados como aqueles que ajudaram a levantar a Portuguesa".

Reportagem

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