Palmeiras vence com drama genuíno; Corinthians, com drama desnecessário

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Foram situações muito diferentes, torneios diferentes, lugares diferentes. Mas o fato é que a palavra "drama" é a que melhor define tanto a vitória do Palmeiras quanto a vitória do Corinthians, nesta noite sul-americana de quinta-feira.
O Palmeiras passou pelo Bolívar, nos 3600 metros de La Paz, por 3 a 2. Chegou a nove pontos em nove possíveis e praticamente assegura a classificação em seu grupo na Libertadores da América. O Palmeiras é o maior leão da história deste torneio quando se trata de fase de grupos, é um negócio realmente impressionante.
O drama foi genuíno porque todo mundo sabe como a altitude influencia partidas de futebol. O Palmeiras é muito melhor do que o Bolívar, mas o time boliviano sempre será competitivo no alto da montanha. Dois erros bisonhos da defesa do Bolívar acabaram em roubadas importantes de bola e os gols de Flaco López e Estevão no primeiro tempo. Aliás, Flaco fez uma de suas melhores partidas com a camisa palmeirense, talvez a melhor.
No segundo tempo, o Palmeiras tentou segurar o resultado e foi sumindo em campo. O Bolívar empatou e parecia que partiria para a virada, mas aí um ótimo contra ataque puxado por Flaco acabou no gol de Maurício. Drama real, falta de ar, falta de pernas, pressão. Só que o Palmeiras foi valente e segurou firme a vitória.
Classificação e jogos
Nos últimos 13 anos, o Bolívar ganhou 24 dos 35 jogos que fez em casa pela Libertadores, com vários brasileiros como vítimas. Eram 5 vitórias seguidas, 9 das últimas 10. Não é moleza jogar lá.
O drama real do Palmeiras contrastou com um drama que não deveria ter ocorrido de forma alguma em Itaquera.
O Corinthians sobrevive na Copa Sul-Americana após vencer o Racing, do Uruguai, por 1 a 0. Quinto colocado no Campeonato Uruguaio e praticamente sem chances neste grupo difícil da Sul-Americana, o Racing chegou a Itaquera com nove desfalques e vários reservas em campo. Mesmo assim, começou melhor do que um Corinthians inteirinho titular. E ganhou vantagem em campo após a expulsão de Félix Torres, com 12min de partida. O zagueiro, aquele mesmo que já "tentou" dar o título paulista para o Palmeiras com uma expulsão estúpida na final, precisa levar um pito daqueles depois de mais esta estupidez.
Mesmo com um a menos, o Corinthians buscou a vitória no segundo tempo. Mas as chances do Racing no final da partida foram tão claras que é preciso chamar a vitória de milagrosa. Tudo isso de forma desnecessária.
Para começo de conversa, o Corinthians sequer deveria ter colocado tantos titulares em campo, tendo um jogo daqui a três dias contra o Flamengo pelo Brasileiro. Na rodada anterior, Ramón Díaz tinha colocado um time misto para jogar na Colômbia. A Sul-Americana não é - ou não deveria ser - prioridade corintiana para a temporada. Com reservas, possivelmente teria vencido o Racing (com tantos desfalques, repito) do mesmo jeito. Seria mais inteligente jogar a Sul-Americana como jogou nos últimos anos, levando na flauta e com jogadores menos utilizados.
Foi um drama inexplicável, desnecessário, um jogo mais difícil do que deveria ter sido e que, ainda mais com o campo pesado e castigado pela chuva, deixa os principais jogadores em condições piores para a sequência da temporada.
Palmeiras e Corinthians são um contraste perfeito também em termos de planejamento e convicção. Algumas semanas atrás, parte da torcida do Palmeiras estava enchendo o saco e pedindo a cabeça de Abel Ferreira. Agora, são sete vitórias consecutivas, liderança no Brasileiro, 100% na Libertadores e, quem xingava, agora assovia fingindo que nada disse, nada fez. O Corinthians mandou embora a comissão técnica campeã paulista e não tem a menor ideia do que fazer na temporada.
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