Ex-faxineira consegue liminar em briga por R$ 115 mil de espólio de Zagallo
Uma ex-faxineira que trabalhou por mais de 3 décadas na casa de Zagallo conseguiu uma liminar para anular uma sentença que julgou improcedente uma ação movida contra o espólio do Velho Lobo.
Maria Lucia Vieira Gomes entrou com a ação ainda em 2023 e pede reconhecimento de vínculo empregatício e direitos trabalhistas por cerca de 35 anos de trabalho em uma mansão de Zagallo na cidade de Teresópolis.
A mulher era esposa do caseiro do local e alegou ao tribunal que prestava serviços de empregada doméstica, cozinhando aos finais de semana e feriados e fazendo a limpeza diária. Segundo Maria, ela sempre recebeu um salário mínimo, mas nos últimos 12 anos o valor diminuiu, pois não foram aplicados reajustes.
A Justiça considerou o processo improcedente, pois entendeu que não ficou comprovado que a mulher realizava os serviços de forma contínua, em mais de dois dias por semana. A única testemunha levada ao processo, o jardineiro de uma propriedade vizinha, não confirmou as informações, pois trabalhava em uma casa em frente e não tinha acesso.
Porém, a sentença foi anulada após os advogados de Maria Lúcia mostrarem que Mauro, filho de Zagallo, fazia parte do núcleo familiar e, portanto, poderia ter sido ouvido no processo - ele havia sido impedido anteriormente pelo tribunal, prejudicando a defesa da ex-faxineira, pois ele poderia confirmar as informações, em testemunho.
O desembargador do trabalho Jorge Fernando Fonte entendeu que o indeferimento da oitiva do filho de Zagallo, que também é inventariante de seu espólio, representou o cerceamento do direito de defesa da ex-faxineira em sua alegação de vínculo empregatício.
Ela e o marido moravam no local, tomavam conta e cuidavam de tudo enquanto a família de Zagallo não estava. Em depoimento, Maria disse que eles compareciam cerca de uma vez ao mês.
A mulher é representada pelo advogado Maicon Ramos Tavares. Em maio do ano passado, ele explicou a relação dela com a família de Zagallo e o tipo de trabalho realizado por cerca de 35 anos.
"A casa era muito grande e só havia o marido da dona Maria de caseiro. A gente sabe que havia uma doméstica que fazia esse serviço. Quem fazia serviço de limpeza, de doméstica? Quem seria essa pessoa? Temos de forma muito clara que seria a nossa cliente", apontou.
O espólio de Zagallo foi procurado para comentar, mas não respondeu. A reportagem será atualizada caso queiram se manifestar.
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