Sensação do Brasileiro, Fortaleza vira destaque em estudo financeiro
Líder do Brasileirão por pontos perdidos e disputando uma vaga nas quartas de final da Sul-Americana, o Fortaleza é o time que tem a segunda maior evolução no seu valuation, só atrás do Red Bull Bragantino.
Nos últimos quatro anos, o crescimento foi de 150%, chegando ao total de R$ 636 milhões. Em 2020, esse valor era de R$ 254 milhões. Em 2023, esse número foi impulsionado por dinheiro recebido e não gasto provenientes da Liga Forte União.
É isso o que mostra o estudo da Sports Value, que considera todos os ativos dos clubes, como aplicações financeiras e valores a receber e também ativos imobilizados, como estádio, centro de treinamento e edificações em geral.
Marcelo Paz, CEO do Fortaleza e ex-presidente responsável por liderar a reformulação do Leão do Pici, ressalta que resultados como esse dão sustentação para seu trabalho.
"É muito bom quando um estudo externo é feito e atesta o que estamos conseguindo executar no Fortaleza, que eu chamo do princípio da eficiência. É fazer mais com menos e melhor, com os recursos menores, mas dificuldades logísticas maiores, conseguindo entregar o resultado esportivo acima do esperado", afirmou.
"Não é por acaso: envolve trabalho, tempo, consistência, estratégia de manter uma linha de trabalho com a mesmo elenco e comissão técnica, mas cientes em ver a hora certa de entrada e saída de atletas, e tudo isso se convertendo num mercado difícil que é o futebol, que nos últimos anos foi extremamente turbinado pelos valores de SAFs, por exemplo, com novas cifras que não faziam parte desse mercado".
O estudo mostra que o Fortaleza gasta 3,8 vezes menos que o Flamengo, 3,2 vezes menos que Palmeiras e 3 vezes menos que Corinthians, os três de maior receita do país.
"Acrescente a isso também os patrocínios de empresas de betting. Nós fomos beneficiados com isso, mas outros clubes maiores também foram, mas em proporções ainda maiores, e a gente está conseguindo manter esse nível de competitividade. É um desafio permanente, pois aumenta a expectativa, e nós queremos manter esse nível de entrega esportiva, satisfação do torcedor, dentro sempre do limite da responsabilidade fiscal e econômica", complementa o executivo.
Há ainda a avaliação da marca, que considera 20 diferentes variáveis para a formação de valor, divididas em três grandes grupos. Potencial de mercado, potencial esportivo e as receitas oriundas da marca. Neste quesito, o crescimento do Fortaleza foi de 252%, chegando a R$ 287 milhões.
Entre os pontos elencados, estão as receitas com o torcedor, mesmo com menor renda que os clubes do Sudeste e Sul, o alto engajamento nas redes sociais, com mais de 104 milhões de interações anuais e eficiência do investimento no futebol, com bons resultados mesmo com menos receita.
"Migramos para o modelo de Sociedade Anônima do Futebol porque entendemos que trata-se de um caminho benéfico para o clube, e que poderá impulsionar ainda mais o momento de consolidação que vivemos. A partir de uma gestão saudável, responsável e de uma profissionalização da estrutura, o Fortaleza busca se atualizar para seguir crescendo e poder brigar por coisas grandes tanto em âmbito nacional quanto internacional", finalizou.
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