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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Andrey. Danilo e João Gomes: boas vendas e ótima notícia para a seleção

João Gomes e Danilo, meio-campistas que são promessas do futebol brasileiro, se enfrentaram ontem - Reprodução/Instagram_ joaogomes.01
João Gomes e Danilo, meio-campistas que são promessas do futebol brasileiro, se enfrentaram ontem Imagem: Reprodução/Instagram_ joaogomes.01

Colunista do UOL Esporte

13/01/2023 08h00

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Andrey Santos, 18 anos, sai do Vasco para o Chelsea por cerca de 20 milhões de euros. Para quem só teve experiência na Série B do Brasil, uma ótima venda e investimento justificável do time inglês pelo enorme potencial da joia cruzmaltina.

Valor semelhante ao que o Nottingham Forest vai pagar para tirar Danilo do Palmeiras. Já sai mais maduro e com mais conquistas aos 21 anos. Parece mais pronto, embora vá para um clube que voltou agora à primeira divisão inglesa depois de muitos anos. Ao menos terá a companhia de Gustavo Scarpa.

João Gomes tem a mesma idade de Danilo e também títulos importantes no currículo. Vai para o Wolverhampton, por 17 milhões de euros. É o mais intenso e melhor marcador dos três, porém terá que evoluir muito ofensivamente.

A Premier League é ótimo destino para os três. Considerando que são volantes, os valores são excelentes para os clubes. Vasco e Palmeiras precisavam vender, o Flamengo nem tanto. Mas eram boas oportunidades.

A melhor notícia, porém, é para a seleção brasileira. Porque Andrey, Danilo e João Gomes são candidatos à camisa oito verde e amarela. Há tempos sem um nome de primeira prateleira no futebol mundial. Jogando de área a área, marcando e organizando.

No Qatar, Tite contava com Fred e Bruno Guimarães, mas teve que adaptar Lucas Paquetá. Em 2018, Renato Augusto não tinha condições físicas para competir no mesmo nível, apesar da qualidade técnica e da inteligência.

Com Jorginho, Cafu, Maicon e Daniel Alves pela direita e Branco, Leonardo e Marcelo pela esquerda, a seleção viveu muito tempo ofensivamente do apoio dos seus laterais. Agora vem sinalizando depender da velocidade e dos dribles de seus pontas, com Vinicius Júnior como grande símbolo.

Mas o futebol atual no mais alto nível pede meio-campistas que façam a diferença. Sem comparações, mas a Espanha em 2010 teve Xavi e Iniesta, a Alemanha em 2014 contava com Kroos e Schweinsteiger, a França na Rússia há pouco mais de quatro anos jogou no ritmo de Paul Pogba, bem assessorado por Kanté. Luka Modric, vice com a Croácia, foi o melhor daquela temporada.

A Argentina de 2022 tem em Messi o maior símbolo da conquista, mas como não reconhecer Enzo Fernández e Rodrigo de Paul como grandes pilares da equipe de Lionel Scaloni?

É hora do Brasil dar o salto e o trio de promessas aumenta as esperanças de uma seleção que volte a honrar a tradição de Didi e Gérson, só atualizando a dinâmica. Quem sabe já em 2026?