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Dorival Jr. precisa de um golpe de loucura na seleção: Deyverson

"Creio que quase sempre é preciso um golpe de loucura para se construir um destino."

A frase é da escritora belga Marguerite Yourcenar e suponho que ela ficaria surpresa em se encontrar citada em um texto sobre a convocação da seleção brasileira.

Mas se vamos falar de Deyverson, precisamos falar de loucura. Ou do que definimos como loucura, tudo aquilo que destoa, que atordoa, que tira do prumo, que bagunça o coreto, que é inesperado.

Deyvinho é essa figura. Mas não só. O atacante foi fundamental para a classificação sobre o Fluminense, nas quartas da Libertadores, e triturou o River Plate, com dois gols e uma assistência na vitória por 3 a 0, na Arena MRV.

Como muitos também se lembram, foi ele quem aproveitou o vacilo de Andreas Pereira (convocado hoje por Dorival) e fez o gol do título palmeirense, sobre o Flamengo, em 2021.

Ah, mas vai tirar quem para chamar o Deyverson? O cara faz dois bons jogos e já merece uma vaga? Pelamor.

Duas coisas: seleção é momento e seleção é solução rápida. Precisa chamar quem está melhor nas semanas que antecedem a confecção da lista e quem pode fazer diferença.

O que defendo é que Deyverson faz diferença. De ânimo. De espírito. De amolação dos adversários. Ele cria e ele atrapalha. Ele muda jogos. Ele ocupa espaços e gera preocupação. Ele faz gol importante. Ele causa.

Sua chegada melhorou o Atlético-MG, que já tinha grandes nomes ofensivos. O time joga melhor com ele. É mais faceiro com ele. Está na final da Libertadores com ele, depois de dar uma surra em um dos maiores campeões da América.

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A seleção brasileira virou uma coisa meio melancólica. Com sorte, ganha. Em dias normais, nem isso.

Deyverson pode até não ser a solução para todos os nossos problemas e dificilmente será o nome que nos fará acreditar no hexa. Mas não há melancolia onde há Deyvinho. Há vida, malemolência e malandragem. Tudo de que a seleção vem carecendo nos últimos anos.

Dorival fala tanto sobre podermos levar a Copa do Mundo. Quer deixar a gente sonhar. Talvez o que ele precise para construir esse destino seja exatamente um golpe de loucura.

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