Neta espanta rumores e confirma carros que lançará no Brasil em 2025

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A Neta Auto deu mais um passo na sua operação no Brasil e abriu oficialmente sua primeira concessionária no país. Localizada no Rio de Janeiro, a loja é o pontapé inicial no planejamento que visa chegar, em 2025, a 40 pontos de vendas espalhados em 20 cidades.
Os planos mudaram um pouco. Quando detalhou sua chegada ao Brasil, a previsão da Neta era ter 70 concessionárias já este ano Este novo marco, no entanto, vem depois de algumas notícias negativas sobre a empresa, especialmente na China, onde a fabricante passa por uma queda nas vendas que, inclusive, forçou a paralisação da produção.
Joseph Zhu, gerente-geral da marca no Brasil, não nega a crise, mas afirma que há um estoque no país para suprir a demanda inicial e que a operação por aqui continua normalmente. E faz planos ousados: vender 6.000 carros em 2025.
"No mercado chinês há uma competição forte. Em novembro e dezembro, a matriz teve algumas dificuldades na operação. Então, a produção parou temporariamente. Mas depois disso, agora em janeiro, a marca teve novo investimento e estão preparando o restabelecimento da fábrica", explica Zhu.
Neta Aya de 5 lugares e SUV com mil km de autonomia
A fabricante iniciou recentemente a venda de dois veículos no Brasil: o compacto Aya, rival do BYD Dolphin Mini que custa iniciais R$ 125.000, e o X, um SUV de porte médio, também elétrico, na faixa de R$ 200 mil.
Mas em 2025 chegarão reforços. Além do confirmado GT, um cupê esportivo de quase 400 cv (que deve ser tabelado perto dos R$ 400.000), a Neta terá ao menos dois modelos a mais na gama.
Um deles é a versão cinco lugares do Aya, atualmente vendido apenas com capacidade para quatro passageiros. De acordo com o executivo que comanda os negócios no Brasil, há demanda para esta configuração e já existe em processo de testes e homologação do carro em solo brasileiro.
"Estamos vendo com os órgãos competentes se vamos precisar fazer novos testes [de segurança] ou não. O início da venda depende disso. Se precisarmos [fazer o teste], talvez custe um pouco mais de tempo. Mas nós vamos ter a Aya de cinco passageiros", afirma Zhu.
Assim como o Dolphin Mini, o Neta Aya de cinco lugares deve manter as características da versão de quatro ocupantes. Ou seja, o compacto elétrico seguir com 95 cv de potência e a autonomia de 283 km, segundo o Inmetro. Na versão mais cara, inclusive, há bons equipamentos de segurança autônoma (pacote ADAS).
O outro carro é o Neta L, um SUV elétrico com autonomia de híbrido. A estreia acontece no último trimestre deste ano. O modelo de 4,77 metros de comprimento e 2,81 m de entre-eixos (porte de Jeep Commander) virá em duas variantes. A mais interessante é a chamada EREV ou elétrico de autonomia estendida.
Esta opção terá um motor gerador a combustão que vai transformar a gasolina em energia elétrica, que traciona de fato as rodas. O tanque de combustível terá cerca de 50 litros e a bateria é 30,6 kWh. Com esse conjunto, o Neta L pode rodar mais de 1.000 km, segundo a fabricante chinesa. Já a potência não empolga: 197 cv.
Por outro lado, haverá uma variante totalmente elétrica, com 231 cv, bateria de 68,1 kWh e autonomia, no Inmetro, entre 350 km e 400 km.
E vai ter peça?
Para aplacar as reclamações de falta de peças e não machucar a reputação, a Neta investiu R$ 210 milhões inicialmente em um armazém e centro de distribuição localizado em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A princípio, o estoque já conta com 75 mil peças, desde pneus, para-brisas, para-choques, etc?
A Neta ainda caminha para se estabelecer no Brasil, trazer produtos, ter uma boa base de concessionárias e garantir o pós-venda. Planos avançados, no entanto, estão em discussão. É o caso da produção de carros localmente. Joseph Zhu, gerente-geral de operação da marca, diz que há algumas opções: ter uma fábrica exclusiva ou encontrar parceiros para viabilizar o negócio e, assim, ter custos compartilhados.
"O primeiro passo para nós é tentar aumentar as vendas. Mas precisamos considerar [uma fábrica no Brasil]. Nós estamos fazendo estudos de viabilidade e negociando com parceiros, mas ainda não temos a decisão", diz o executivo chinês.
Rumores apontam que a antiga instalação da Troller, no Ceará, pode ser uma saída. Uma empresa já ligada ao ramo automotivo assumiria a unidade fabril e montaria veículos em regime CKD de diversas marcas, incluindo a Neta. A fabricante chinesa, por sua vez, já tem um prazo estipulado e quer fazer carros no Brasil: primeiro semestre de 2026.
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