Novo Fiat Uno? O que já sabemos sobre o carro que 'aposentará' Argo e Mobi

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Quinto carro mais vendido do Brasil em 2024, o Fiat Argo caminha para o fim de seu ciclo, e a marca italiana vê isso como uma oportunidade para que seu sucessor ultrapasse os concorrentes — inclusive usando a nostalgia para isso.
O plano consiste em adaptar o novo Fiat Grande Panda, apresentado em 2024 na Europa, para o mercado brasileiro, produzindo o carro em Betim (MG). O modelo é o novo hatch de entrada da marca no Velho Continente, e segundo apurou UOL Carros deve chegar ao nosso país em 2026 com direito a versões híbridas (na Europa, sua versão elétrica já foi confirmada).
O novo hatch traz de volta o estilo do Panda original, lançado nos anos 80 e 'primo' do Fiat Uno brasileiro, mas reinterpretado por peças modernas como os pixels que dão formas aos seus faróis e lanternas quadrados.
A escolha de um nome bem conhecido tenta aproveitar a memória afetiva que os concorrentes chineses, principalmente, não têm. Dado que o Fiat Uno era, para os brasileiros, um equivalente ao que o Panda era na Europa, pode ser que isso se repita e a marca opte pelo nome clássico para batizar o substituto do atual Argo e do Mobi.

O que esperar do 'novo Fiat Uno'?
O novo Fiat Grande Panda já tem raízes brasileiras, uma vez que a sua plataforma STLA Smart foi desenvolvida, principalmente, pelas equipes de engenharia das fábricas de Betim e Goiana (PE).
Inicialmente, ela serviria para que produtos de países mais ricos, como o Citroën C3, pudessem ser lançados no Brasil e na Índia a preços competitivos. O resultado agradou tanto que a Stellantis decidiu usar a STLA Smart no mundo todo - inclusive no Jeep Avenger, o equivalente a um Renegade menor que também deve ser nacionalizado.
A principal mudança do "novo Uno" em relação ao carro mostrado na Europa deve ser a mecânica híbrida flex — trunfo poderoso na visão da Fiat, mas exclusivo do Brasil. À moda dos rivais de Volkswagen, Hyundai e Chevrolet, o hatch terá versões básicas com o motor 1.0 aspirado (cerca de 75 cv e 10,7 kgfm) e variantes mais caras com o motor 1.0 turbo (cerca de 130 cv e 20,4 kgfm).
Com limites cada vez mais rígidos para a emissão de poluentes, pelo menos o motor turbinado será acompanhado de um pequeno motor elétrico, em um arranjo híbrido leve. A economia de combustível será atrativa, mas talvez não tanto quanto a possibilidade de se aproveitar benefícios fiscais como a isenção de IPVA.
Um motor 1.0 aspirado com mecânica híbrida seria uma escolha ousada, mas também é possível. Ainda que o Grande Panda já tenha versões elétricas confirmadas para a Europa, a estreia de um novo 'Uno elétrico' no Brasil é mais improvável e pode ser influenciada pelo desempenho dos elétricos chineses da Leapmotors, que a Stellantis também lançará aqui em 2026.
Simples e robusto

Fontes ouvidas pela reportagem explicam que o Grande Panda era visto como insuficiente para o consumidor europeu, mas, agora, a Stellantis acredita que os incrementos obtidos pela engenharia brasileira tornaram-na capaz de atender inclusive ao mercado africano, onde as condições de uso são ainda mais exigentes.
Há expectativa de que problemas de confiabilidade apontados no novo Citroën C3 (também feito sobre a STLA Smart) sejam corrigidos com alterações de projeto e melhorias na produção. Falhas, entretanto, são inevitáveis, e, quando surgirem, o consumidor tenderá a contar com manutenção rápida e barata, já que boa parte das peças serão compartilhadas com outros modelos de Fiat, Citroën, Peugeot e Jeep, sempre estando em boa quantidade no estoque das lojas.
Muito do que já foi mostrado do Fiat Grande Panda corresponde à versão mais cara, com rodas de liga leve de aro 17, rack de teto e falsa grade frontal na variante elétrica. Também há bancos em material sintético e bicolor, quadro de instrumentos digital de 7", central multimídia de 10,25" e uso de revestimentos curiosos, como a fibra de bambu que cobre a região do porta-luvas e faz uma brincadeira com a dieta do animal homônimo.
Até haverá capricho semelhante no Brasil, mas aqui o foco estará nas versões mais simples, como as flagradas em teste no Leste Europeu. Pelas imagens, fica claro o apelo nostálgico, mas também o seu uso de maneira criativa, a fim de "romantizar" itens baratos: caso das rodas com calotas ao estilo retrô e peças não-pintadas da carroceria que ficam naturais aos olhos.
Uma vez que o segmento dos compactos é o que mais depende de preço baixo para se dar bem, é provável que o sucessor do Argo adote quadro de instrumentos mais simples e bancos de tecido. É possível que haja versões de dois airbags (como no C3 brasileiro) e que o nome estampado na carroceria seja oferecido a um preço extra.
Em termos de dimensões, entretanto, o 'novo Uno' deve oferecer números semelhantes ao do Argo: cerca de 4 m de comprimento e porta-malas na casa de 350 l. O híbrido nacional ainda servirá para aposentar o Mobi e se tornar o carro mais barato da Fiat no Brasil, além de inaugurar o novo estilo da marca, que aparecerá nos sucessores de Pulse, Fastback e Toro também.
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