Sucesso ou decepção? Como está a Chevrolet Montana 2 anos após lançamento
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O nome adotado foi o mesmo da picape compacta que a Chevrolet lançou no Brasil em 2003 e que deixou de ser oferecida em 2020. A proposta do modelo, no entanto, era diferente. O alvo deixou de ser apenas a Fiat Strada e a Toro também passou a ficar na mira.
Assim, com o objetivo de concorrer com Strada e Toro ao mesmo tempo, a Chevrolet lançou a nova geração da Montana em janeiro de 2023. Dois anos depois, dá para dizer que a picape intermediária atingiu seus objetivos?
A resposta não é tão simples assim. Se apenas a comparação de vendas com essas rivais fosse levada em consideração, seria fácil dizer que a Montana não alcançou seus objetivos. Em 2023, com 11 meses de emplacamentos, somou 30.018 unidades vendidas. Strada? 120.600. Toro? 51.303.
Em 2024, a Montana teve seu primeiro ano cheio de vendas. Consolidou 27.725 exemplares, ante os 144.692 da Strada e os 53.864 da Toro. Ou seja: foi pior que no ano anterior, já que registrou menos emplacamentos, enquanto os modelos da Fiat cresceram. Os dados são da Jato Dynamics.
Rival verdadeira pode ser outra
Quando a Montana foi lançada, o pensamento inevitável foi: mirou na Strada e na Toro, acertou na Oroch. A expectativa para o modelo da Chevrolet é que trouxesse coisas para concorrer com o modelo maior da Fiat. Versão a diesel não era esperada. Tração 4x4? Sim.
Mas a Montana chegou sem esse sistema. Veio maior e posicionada acima da antiga geração. Ou seja: em um segmento superior ao da Strada (consequentemente, também com preço mais alto). Mas sem dimensões e atributos suficientes para estar à altura da Toro.

Conquistar alguns clientes das versões 4x2 da picape maior da Fiat poderia ser uma meta. Afinal, a Montana custa menos. Mas a verdade é que já existia um produto com a mesma fórmula na categoria, a Oroch.
A picape trouxe o que a Oroch já trazia, mas desta vez com a assinatura da Chevrolet. Marca esta que atinge mais clientes que a Renault, por fatores como tradição, tempo de mercado e número de concessionárias.
Então, dá para dizer que a verdadeira rival direta da Montana é a Oroch. E, diante do potencial que esse segmento intermediário - entre Strada e Toro - tem, a picape da Chevrolet atingiu os objetivos. Afinal, a da Renault registrou 12.734 emplacamentos em 2023 e 12.889 em 2024.
Produto extra na gama
Como a Montana anterior saiu de linha em 2020, a Chevrolet passou os anos de 2021 e 2022 sem ter a picape na gama. Assim, quando a nova surgiu, em 2023, um dos objetivos também era aumentar a participação de mercado da montadora.
Afinal, além de ser um produto novo, dificilmente brigaria por clientes com os outros modelos da marca. Nem mesmo com os da S10, que está posicionada muito acima em preço, dimensões e aptidões.
Nesse sentido, em 2023 a Montana cumpriu seu objetivo. A Chevrolet acabou perdendo o segundo lugar do ranking de vendas para a Volkswagen, que viu seus emplacamentos dispararem graças a Polo e Virtus. Porém, a marca americana evoluiu tanto em vendas quanto em participação.
Em 2022, a Chevrolet tinha 14,89% do mercado. Em 2023, foi para 15,03%. O crescimento em vendas foi de 12,5%, maior que os 11,33% registrados pelo mercado geral. Em 2024, porém, a história não se repetiu. A culpa não é da Montana.
As vendas da picape caíram sim. Porém, há perdas mais importantes. O Onix caiu da quinta para a 11ª posição no ranking de vendas. Além disso, a S10 foi a que mais sofreu com o avanço da nova geração da Ranger.
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