Ferrari 12Cilindri é lançado no Brasil e custa quase R$ 8 milhões

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Como batizar um modelo com motor de 12 cilindros? 12Cilindri. Este é o novo supercarro da Ferrari, que foi apresentado no ano passado, em Miami, e está agora no Brasil. E se você está pensando em como deve falar o nome deste esportivo, a Via Italia, importadora oficial da marca, está usando a maneira italiana. Ou seja: Dodici Cilindri (você lê assim: Doditi Tilindri).
Sucessora da 812 Superfast, a 12Cilindri já tem 20 unidades configuradas para o Brasil. Por enquanto, há dois exemplares na Via Italia, ambos vendidos. O das imagens que você está vendo é na cor Bianco Artico. É branco? Depende da luz. Tem momentos que sim. Em outros, parece prata. Algumas vezes, azul clarinho.
O outro exemplar foi mostrado para esta colunista no subsolo da Ferrari São Paulo, lá na Avenida Brasil, zona sul da capital paulista. A cor? Vermelha. Vermelha Ferrari mesmo, igual a da equipe de Fórmula 1.

O preço "básico" é de R$ 7,9 milhões. Mas ninguém paga isso. Paga mais. Bem mais. É que cliente de supercarro quer personalizar, e as possibilidades de personalização são inúmeras. O exemplar Bianco Artico, por exemplo, está estimado entre R$ 8,5 milhões e R$ 9 milhões.
Design
Desde que a 12Cilindri foi mostrada em Miami, a internet vem comparando suas linhas às de muscle cars americanos (o Mustang é um modelo da categoria). Ou seja: uma espécie de anti-Ferrari. Não nego: olhando fotos, tive impressão semelhante.
Cara a cara, muda tudo. O modelo tem linhas limpas combinadas a músculos laterais sim. Mas ele é musculoso de uma maneira mais delicada. Bem italiana. Aliás, seu design é inspirado na 365, a famosa Daytona, dos anos 60. Isso tanto na dianteira, com capô longo, quanto nas linhas laterais da parte de trás.

Faróis e lanternas têm peculiaridades. Eles trazem elementos que se desprendem da carroceria em linhas finas, invadindo as laterais. Atrás o carro traz duas saídas de escape duplas. Ao lado, acima das rodas, entradas de ar aerodinâmicas (enquanto as sobre o capô são para o V12).
As rodas são de 21" na frente e atrás, mas com medidas diferentes para os pneus (275/35 e 315/15, respectivamente). Quanto às dimensões, são 4,73 metros de comprimento, 1,29 m de altura e 2,70 m de entre-eixos (o cupê é de dois lugares).
O exemplar Bianco Artico tem detalhes de fibra de carbono nos para-choques, retrovisores externos e soleiras das portas, entre outros detalhes. Estes são opcionais.

Cabine
A 12Cilindri é um Gran Turismo, trazendo aos tempos atuais inspiração nos modelos dos anos 50 e 60 da marca. Como tal, tem uma aptidão para usar no cotidiano, fora das pistas - no caso do Brasil, em viagens, por exemplo.
Sua cabine, inspirada na de máquinas como Roma e Purosangue, é um misto de esportividade, luxo e praticidade. Sendo assim, os bancos, grudados no chão e feitos de fibra de carbono, são do tipo concha, de carro de corrida. Há poucos ajustes, inclusive.
Os demais toques são para lá de luxuosos. O acabamento é uma joia, todo emborrachado, feito de materiais como couro, Alcântara e fibra de carbono. Há três telas. A do painel de instrumentos personalizável 15,6" e a da central multimídia, de 10,3".
A terceira tela tem 8,8" e fica na frente do passageiro. Nela, dá para acompanhar dados do painel de instrumentos, como a velocidade. Até sistemas de assistência estão no pacote da 12Cillindri, como câmeras 360 (as imagens são projetadas no painel de instrumentos).

Quase todos os botões são sensíveis ao toque, inclusive o de partida, que fica no centro do volante. Nesta peça também está o botão vermelho (este, físico) para comandar os níveis de atuação do controle de estabilidade, que pode ser totalmente desabilitado.
O som do motor V12 aspirado é um dos destaques da 12Cilindri. Porém, para quem quer curtir outro tipo de trilha sonora em uma viagem, ou no dia a dia, o supercarro tem sistema de som da Burmester com 1.600 W. Há alto-falantes até no porta-malas.
Motor e outros detalhes
A 12Cilindri é o único cupê da Ferrari a ter motor V12. Esse propulsor é usado também na Purosangue, que o mercado chama de SUV, ou crossover, e a montadora classifica como supercarro de quatro portas.
No cupê, o V12 é aspirado e tem 6,5 litros. Central dianteiro, traz inovações como bielas de titânio e pistões feitos com uma nova liga de alumínio. O sistema de abertura e fechamento de válvulas é herdado da Fórmula 1, segundo informações da Ferrari.
Essas inovações deixaram o motor mais leve e eficiente, sem necessidade de usar nenhum tipo de eletrificação. O aspirado gera 830 cv e 69,1 kgfm de torque - 80% dos quais estão disponíveis a 2.000 rpm.
Conforme a Ferrari, a 12Cilindri acelera de 0 a 100 km/h em 2,9 segundos e de 0 a 200 km/h, em 7,9 segundos. A velocidade máxima é de 340 km/h. O câmbio é automatizado de oito marchas e duas embreagens (comandado por teclas no console central). A tração é traseira.

A tampa do capô é levíssima, com abertura invertida à convencional. Dá para abrir com um dedo apenas. Isso graças ao uso do alumínio na carroceria, que permitiu redução de peso (o carro tem 1.525 kg) e outras melhorias.
Em relação à 812, por exemplo, a 12Cilindri tem melhor rigidez torcional. Traz também entre-eixos menor. Para aprimorar ainda mais a dinâmica, o eixo traseiro esterçante permite que as rodas traseiras virem para lados diferentes.
Isso é feito eletronicamente. O carro vai ler qual é o ângulo ideal para as rodas, de acordo com cada situação. Há ainda um sistema de controle de deslizamento lateral, para evitar com mais eficiência a perda de aderência que pode levar a coisas como aquaplanagem.
Mas quem tem uma Ferrari quer mesmo é controlar a máquina. Certo? Certíssimo. Por isso, dá para desligar tudo. Até mesmo toda a assistência do ESP. Aí, o carro fica totalmente nas mãos de seu condutor.
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