Elétrico, pequeno e 'barato': o contra-ataque chinês da GM no Brasil

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Demorou, mas as montadoras tradicionais parecem ter acordado para a nova realidade eletrificada do mercado automotivo brasileiro. O ano de 2025 promete muitos lançamentos nessa área, incluindo os modelos 100% elétricos.
Nesse segmento, a BYD dominou 2024 com o Dolphin Mini, vendendo 21.968 unidades, e o Dolphin com 15.212 emplacamentos. Na terceira posição vem o Ora 03 da GWM (6.326). O que esses modelos têm em comum? Todos custam bem abaixo dos R$ 200 mil.
E é nesse patamar de preço que as montadoras tradicionais ainda não conseguiram emplacar. Tudo indica que a Chevrolet será a primeira a usar a mesma fórmula das chinesas e assim enfrentar BYD e GWM com um modelo elétrico de entrada, mas com refinamento.
Mas ainda não caberá a um produto nacional a missão de enfrentar as gigantes asiáticas. A GM usará uma carta coringa, ou uma "arma chinesa", para enfrentar (quem diria) os próprios chineses.

O SUV compacto Spark EUV, que na China se chama Yep Plus, chegará ainda neste ano e só fará sentido se custar abaixo dos R$ 150 mil. Com 3,99 metros de comprimento, modelo é menor que um Onix (4,16 m) em 17 cm, e 21 cm maior que o Dolphin Mini, que custa R$ 115 mil na versão de 4 lugares.
Em seu país de origem, o compacto carrega a marca Baojun, mas nesta semana, durante a festa de comemoração dos 100 anos da Chevrolet o Brasil, o Yep Plus apareceu com a gravata dourada e o nome de Spark EUV. A Baojun é parceira da GM no mercado chinês.
Por lá, o Yep Plus tem autonomia de quase 400 km no ciclo chinês, um motor elétrico de 100 cv de potência e velocidade máxima limitada a 150 km/h. Assim como os modelos da BYD e GWM, o compacto da Chevrolet terá no Brasil um acabamento premium e uma boa lista de equipamentos de série.
Não faria nenhum sentido a Chevrolet "pelar" o Yep Plus ou Spark EUV para trazer ao nosso mercado. Mesmo que tenha preço na casa dos R$ 130 mil, que é a expectativa do mercado, não poderá ser muito inferior em qualidade.

Claro que o Spark elétrico terá uma vantagem considerável ante aos chineses que dominam o mercado eletrificado nacional. Ele terá como suporte nada menos que 600 concessionárias da Chevrolet no Brasil e a credibilidade de uma marca centenária em nosso mercado.
Será mais um importado elétrico chinês em nossas ruas? Sim, será. Mas esse usará uma gravata dourada, o que ajudará a diminuir o preconceito (que não deveria existir) que ainda afeta algumas marcas chinesas.
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