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Rafa Brites desabafa sobre críticas por estar sem filho no Carnaval

Rafa Brites no Carnaval - Reprodução/Instagram
Rafa Brites no Carnaval Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL

21/02/2020 14h58

A repórter e apresentadora Rafa Brites postou hoje, no Instagram, um texto para falar sobre o julgamento que as pessoas fazem de mães que pulam Carnaval. Ela postou uma foto de si mesma em um bloco de rua e disse que o assunto "não é brincadeira".

"'Onde está seu filho?'. Não é algo que se diga a uma mãe! Nós não andamos o tempo todo com eles, como acontecia na época da barriga. Já pensou que o contrário não acontece? Quando encontramos um pai sem o filho, ninguém fica assustado, pois presume-se que ele está com a mãe", escreveu.

"E uma mãe de ressaca jogada no sofá? Não tem vergonha maior nesse mundo. Está no nosso subconsciente de que a responsabilidade pelos cuidados com as crianças está sempre nos ombros da mãe, nunca do pai ou de uma rede de apoio que ela possa ter", argumentou em outro trecho.

Rafa citou, ainda, os comentários sobre os corpos e as roupas das mães, como "nossa, seu corpo voltou" e "isso não é roupa de uma mãe que se preze". "Nesse Carnaval vamos evitar esses comentários. E levar esse aprendizado pro resto da vida", concluiu.

Rafa é mãe de Rocco, 2 anos, fruto de seu casamento com o apresentador e humorista Felipe Andreoli.

Sobre SER MÃE NO CARNAVAL (e no ano inteiro) Pra começar? não é brincadeira, não é engraçado e a gente sofre muito com isso. "Onde está seu filho?" Não é algo que se diga a uma mãe!!! Nós não andamos o tempo todo com eles, como acontecia na época da barriga. Já pensou que o contrário não acontece? Quando encontramos um pai sem o filho, ninguém fica assustado, pois assume-se que ele está com a mãe. "Aêê! ganhou um vale night"... esse comentário é feito para ambos os sexos, sempre depreciativo, assumindo que aquela relação é possessiva. Para as mães, isso é ainda mais pesado, pois é como se ela tivesse sido "liberada" não só pelo marido, mas pelos afazeres domésticos e maternos também. E uma mãe de ressaca jogada no sofá? Não tem vergonha maior nesse mundo. Está no nosso subconsciente de que a responsabilidade pelos cuidados com as crianças está sempre nos ombros da mãe, nunca do pai ou de uma rede de apoio que ela possa ter. Quem nunca ouviu "ué...mas você vai sozinha pro carnaval?"? Obviamente, por questão de segurança, a mulher ainda não tem o seu direito de ir e vir sem ser assediada ou importunada, mas essa cultura machista vem desde a época dos casamentos arranjados e dos dotes, quando a filha mulher tinha que sair sempre acompanhada de alguém da família que assegurasse sua pureza. Tem também aquela "nossa, seu corpo voltou, né?" É muita crueldade associarmos o ganho de peso gestacional com a ausência de um corpo, como se mudar a forma fosse perder a forma, entende? E como se o nosso corpo estivesse ali para ser julgado ou dissesse respeito a qualquer pessoa que não nós mesmas. Aaaah, e pra encerrar, tem ainda o velho, "isso não é roupa de uma mãe que se preze" como se uma boa mãe precisasse se enquadrar em uma forma de vestir. Afinal de contas, Maria não é virgem? Nossa santidade não pode ser colocada em risco com qualquer exposição de sensualidade que seja. Chato isso, né? Por isso é que muitas mulheres se identificaram com o meu vídeo. Então, nesse carnaval vamos evitar esses comentários. Ah! E levar esse aprendizado pro resto da vida. Deixem as mães em paz na farra!!! #mãenafarra #carnaval #carnaval2020 : @agnews_oficial

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